UFC 243: Todos os resultados

A divisão dos médios tem um novo campeão: Israel Adesanya nocauteou Robert Whittaker no 2º round da luta principal do UFC 243, ficando com o título linear da divisão até 84kgs. O nigeriano mostrou toda sua enorme qualidade na trocação ao longo do duelo, saindo na frente ao aplicar um knockdown no australiano no último segundo do 1º assalto.

Quando repetiu o feito no 2º round, o "Stylebender" não deu chances de recuperação para Whittaker, conectando mais um golpe e obrigando a interrupção do árbitro. Adesanya, que ampliou seu cartel no MMA para 18-0, falou ainda no Octógono sobre um possível próximo adversário, desafiando o brasileiro Paulo Borrachinha, que assistia ao card na plateia.

"Ele usou tudo o que esperávamos. Tínhamos tudo planejado, do plano A ao Z. É surreal. Disseram que não tenho poder de nocaute", disse Adesanya no Octógono, "Você sabe quem é o próximo. Vou enfrentar o sósia do Ricky Martin. Borrachinha. Esse é o meu Octógono. Vou amassar ele. Quero desfigurar a cara dele".

A aguardada luta co-principal do UFC 243 entre dois pesos-leves Top 10 acabou sendo um monólogo de 15 minutos do neozelandês Dan Hooker, que dominou Al Iaquinta de ponta a ponta do combate, aplicou knockdowns com socos no rosto e chutes nas pernas, quase finalizou com um mata-leão, e acabou levando a vitória por decisão unânime dos jurados.

"Foi uma performance dominante. Cara, ele é durão. Méritos a ele. Ele aguentou golpes que teriam apagado vários caras. Não corri risco em nenhum momento na luta. Estou muito feliz pela minha performance", comemorou Hooker após a vitória.

O moldavo Sergey Spivak estragou a festa da torcida australiana para Tai Tuivasa na antepenúltima luta da noite. Em busca de reabilitação após derrotas consecutivas para Junior Cigano e Blagoy Ivanov, o atleta da casa começou bem, derrubando o adversário com um chute baixo logo no início, mas foi incapaz de defender as quedas aplicadas por Spivak e, após ser castigado no ground and pound, acabou finalizado com um katagatame no 2º round.

"Foi uma luta muito divertida para mim. Deus abençoe Tai Tuivasa, sua família e equipe. Tem muita pressão sobre você quando você enfrenta alguém no território dele. Mas esses são os tipos de lutas que valem mais do que em qualquer outro lugar", disse Spivak após a vitória.

O brasileiro Dhiego Lima conquistou sua 3ª vitória consecutiva no Ultimate neste final de semana, quando superou o neozelandês Luke Jumeau por decisão dividida. Dhiego construiu sua vantagem no duelo explorando chutes baixos e confundindo o oponente com tentativas de queda, e administrou o 3º round para sair do Octógono mais uma vez com o braço erguido.

"Sou mais técnico, mas ele conseguiu uma boa distância com seu boxe. É por isso que fui para os chutes. Estava conectando meus chutes e precisava continuar chutando. Continuei a usar o jab para ele recuar e chutá-lo, porque ele tinha uma boa distância com as mãos. Eu sabia disso antes da luta, mas mesmo assim ele me surpreendeu", disse Dhiego após a vitória.

No duelo entre os pesos-pesados Justin Tafa e Yorgan de Castro, que abriu o card principal do evento, o nocaute era iminente. E foi Yorgan, atleta de Cabo Verde, quem saiu com o braço erguido ao conectar um potente cruzado de direita de encontro, encerrando o encontro em pouco mais de dois minutos.

"Desejo uma rápida recuperação ao meu oponente. Agora é a minha hora. Eu trabalhei por isso. Quero agradecer ao UFC. Estava esperando três rounds de guerra, mas ele veio forte e deixou o queixo aberto. Sabia que precisava pegar o tempo dele. Eu tenho poder, cara. Se eu conectar, eles vão cair", disse Yorgan após a vitória.

Presença garantida nos cards do Ultimate na Austrália, o meio-médio Jake Matthews fechou o card preliminar do UFC 243 conquistando seu segundo triunfo seguido no Octógono - e o 5º em suas últimas seis lutas - superando Rostem Akman por decisão unânime, com todos os jurados apontando vitória do atleta da casa nos três rounds.

"A estratégia era derrubá-lo. Ouvi o apresentador dizendo que ele era um bom trocador, então decidi trocar com ele. É assim que os australianos fazem", disse Matthews após o triunfo.

Após perder para Jalin Turner em sua estreia no Ultimate, em fevereiro, o australiano Callan Potter conquistou, em casa, seu primeiro triunfo na organização ao superar o havaiano Maki Pitolo por decisão dos jurados em um confronto equilibrado, no qual todos os jurados viram vitória de Potter em dois assaltos.

"Manter a pressão sobre ele definitivamente era parte da minha estratégia. Se eu tivesse que descrever essa performance, seria estilo Dan Kelly. Normalmente, se eu caio por cima, acabou. Ele fez um bom trabalho se defendendo", analisou Potter após a vitória.

Em uma movimentada e divertida luta, o neozelandês Brad Riddell superou o australiano Jamie Mullarkey por decisão dos jurados, vencendo o duelo de estreantes pesos-leves em Melbourne. Riddell foi superior desde o início do confronto; mesmo assim, aceitou a luta franca no assalto final, levantando o público no Marvel Stadium. Após passar um susto ao absorver um duro golpe de Mullarkey, Riddell terminou o embate castigando o oponente para conquistar uma dominante primeira vitória no Octógono.

"Essa é a melhor estreia que eu poderia ter, no melhor card que já estive. Ele (Mullarkey) é muito duro. Não foi minha melhor performance, mas estou ansioso para voltar logo", disse Riddell após a vitória.

A primeira vitória australiana da noite veio com a peso-pena Megan Anderson, que se reabilitou da derrota para Felicia Spencer com triunfo dominante sobre a estreante Zarah Fairn. A atleta da casa conteve o ímpeto inicial da francesa buscando o clinch, e mostrou bom domínio da luta de solo ao encaixar um triângulo assim que ia sendo raspada pela adversária - golpe que definiu o embate ainda no primeiro round.

"Me sinto incrível. Sei que não atingi meu potencial nas duas últimas lutas. Queria mostrar quem sou. Sou uma lutadora versátil e é incrível lutar em casa, na Austrália. Só queria mostrar do que sou capaz. Sinto que fui capaz de fazer isso hoje. Precisava provar que sou uma das melhores do mundo. Mal posso esperar pelo que virá a seguir", disse Megan após a vitória.

Buscando reabilitação após a derrota para Antonina Shevchenko em novembro de 2018, a sul-coreana Ji Yeon Kim foi à casa da australiana Nadia Kassem e conquistou uma grande vitória no Marvel Stadium, vencendo por nocaute técnico no último segundo do 2º round e conquistando seu 3º triunfo dentro do Octógono.

"Estive me preparando muito para essa luta. Estou contente por ter conseguido um nocaute dominante. Estou muito satisfeita com minha performance. Fiz minha preparação focando na minha trocação. Realmente quis fazer jus ao meu apelido (punho de fogo) e mostrar meus punhos", disse Kim após a vitória.

O alemão-libanês Khalid Taha abriu o UFC 243 conquistando sua segunda vitória seguida no Octógono ao superar o estreante brasileiro Bruno "Bulldog" Silva. Taha começou o embate na frente, usando sua trocação para levar a melhor no primeiro assalto, mas o brasileiro se recuperou no segundo, usando seu jiu-jítsu para controlar o adversário no chão. No terceiro e decisivo round, Taha defendeu as tentativas de queda de Bruno e aproveitou uma brecha dada pelo brasileiro para encaixar um katagatame e definir o duelo.

"Ele era muito bom no chão. Ele tem bom controle, mas não foi tão perigoso. Acertei ele algumas vezes e sabia que iria liquidá-lo. No terceiro (round), comecei a conectar no ground and pound. Senti que ele estava acabado. Ele se movimentou e me deu o lado para estrangular. Treinei muito isso e peguei ele", explicou Taha após a vitória.