UFC 249: Todos os resultados

O novo campeão interino dos pesos-leves do Ultimate é Justin Gaethje. Em uma performance impecável, "Highlight" soube mesclar agressividade e paciência e castigou Tony Ferguson durante quatro rounds e meio até a interrupção do árbitro Herb Dean, decretando nocaute técnico no 5º round e colocando um ponto final na sequência de 12 vitórias consecutivas de "El Cucuy" no Octógono.

"Ainda não tive tempo de digerir. Mal posso esperar para rever a luta, eu fui muito bem essa noite. Eu apenas acreditei nas minhas habilidades e nos meus treinadores e me diverti muito. Foi um grande desafio e estou muito feliz agora, mal posso esperar para ir para casa e ver minha família. Sei quanta alegria levei para as pessoas e isso é ótimo. Não tenho expectativas quando piso lá, só ser o melhor 'eu' e essa noite eu consegui. Meu timing foi incrível, meus técnicos foram incríveis e eu fui incrível essa noite. É para isso que eu nasci. Mal posso esperar pelo próximo desafio, ganhando ou perdendo, vou dar 100% e me divertir", disse Gaethje.

O campeão peso-galo Henry Cejudo defendeu seu título na luta co-principal do UFC 249 vencendo o ex-detentor do cinturão Dominick Cruz por nocaute técnico no 2º round. O campeão olímpico de wrestling também se juntou a Daniel Cormier na mais do que exclusiva lista de atletas que defenderam cinturões em duas divisões do Ultimate. Apesar disso, Cejudo surpreendeu na entrevista pós-luta e anunciou sua aposentadoria do esporte aos 33 anos de idade.

"Se eu não vencesse Dominick, eu não venceria os outros caras. Eu estava bem confiante no fato de que conseguiria a vitória, mas mesmo se perdesse, eu estaria fora, não vou voltar ao fim da fila. No fim, quero sair por cima. Acho que esse é o sonho de todo lutador, mas que ninguém realmente faz. Georges St-Pierre não tem dois cinturões como eu. Ele se aposentou, mas não tinha dois cinturões, eu tenho. Com todo respeito à lenda. Quando você soma o que eu fiz no mundo dos esportes em geral, é preciso me colocar como um dos melhores atletas de combate de todos os tempos. Campeão olímpico, campeão peso-mosca e campeão peso-galo, e eu defendi os dois cinturões. Estou feliz, estou satisfeito", disse Cejudo.

O camaronês Francis Ngannou continuou sua jornada de destruição da divisão dos pesos-pesados neste sábado, quando precisou de apenas 20 segundos para nocautear e tirar a invencibilidade de Jairzinho Rozenstruik. Ngannou chegou assim à sua 4ª vitória consecutiva por nocaute; estas quatro lutas tiveram o tempo total, somado, de 2m42s.

"Não sei o que é preciso para ter um title shot no UFC. Para ser sincero, estou em paz com isso. Não é que eu não ligue, mas não quero sentir que algo está me controlando. Com ou sem title shot, ainda sou um lutador e posso provar meu ponto. Eu me diverti lá dentro, não era algo que eu estava perseguindo. Quando eu busco o nocaute, não funciona, então não busco mais", disse Ngannou.

Se alguém duvidava que Calvin Kattar pertence à elite da divisão dos penas, já não duvida mais. Neste sábado, o atleta de 32 anos se reabilitou da derrota para Zabit Magomedsharipov da melhor forma possível e aplicou um dos mais belos nocautes por cotoveladas já vistos no Octógono sobre o veterano Jeremy Stephens, consolidando seu direito a mais uma oportunidade contra um nome estabelecido da divisão até 66 Kg.

"Espero chegar ao Top 5, quero uma chance com alguém grande. Sinto que deixei escapar com o Zabit na Rússia, sinto que deixei o tempo acabar e não poderia deixar isso acontecer aqui. Meu treinador disse para eu me soltar, e sinto que fiz isso essa noite", disse Kattar.

Após ter uma luta sem resultado em outubro e uma derrota em novembro de 2019, o peso-pesado Greg Hardy começou sua campanha em 2020 com uma vitória neste final de semana, mostrando o lado menos agressivo e mais paciente de seu jogo para, sem correr grandes riscos, superar Yorgan De Castro por decisão unânime dos jurados.

"Foi exatamente como eu imaginei. Eu falei que ou nós iríamos para o tudo ou nada no primeiro ou faríamos uma batalha nos três, e foi isso o que fizemos. Jogamos um jogo inteligente, mas ambos estávamos atirando as bombas. Meus corners sempre me dizem para usar minha habilidade atlética e ser inteligente, então era no que eu estava tentando focar, e ainda entregar alguns socos de gente grande", disse Hardy

Quase sete anos depois, dois dos melhores strikers do Ultimate se reencontraram na revanche entre Anthony "Showtime" Pettis e Donald "Cowboy" Cerrone. Agora lutando pela categoria dos meio-médios, os ex-pesos-leves entregaram uma luta técnica e equilibrada como esperado. Assim como em 2013, o vencedor foi Pettis, que venceu, desta vez, por decisão unânime dos jurados.

"Sou melhor do que era quando conquistei o cinturão. Acho que cada parte da sua carreira requer uma nova versão de você e estou achando a versão que faz sentido. Quando eu estava nos 70 Kg, eu não era tão bom, mas não me importava. Eu ainda não ligo, Cowboy é uma fera e eu peguei ele com 21 dias de preparação. Lutarei com qualquer um", disse Pettis.

Voltando à ação após mais de dois anos, o ex-campeão dos pesos-pesados foi surpreendido por Aleksei Oleinik, e perdeu por decisão dividida após três rounds. No duelo de finalizadores, quem chegou mais perto de conseguir a submissão foi Werdum, no 2º assalto; a perda desta oportunidade, no final do duelo, acabou custando caro ao "Vai Cavalo".

"Isso significa muito para mim, porque você pode lutar com um cara, dois caras, 10 caras, mas não com um nome. Se você somente enfrentar caras sem nome, você não vai construir seu próprio nome. Se você lutar com grandes nomes, com lendas do MMA como Alistair Overeem, Mark Hunt, Fabricio Werdum, você vai mais alto nos rankings e pega nomes maiores e maiores. Se você quer ser uma lenda, tem que lutar com lendas", disse Oleinik.

Em duelo bastante técnico e equilibrado pelo Top 10 da categoria peso-palha, a ex-campeã Carla Esparza superou Michelle Waterson por decisão dividida dos jurados, conquistando seu terceiro triunfo consecutivo na divisão. O confronto foi tão parelho e difícil de pontuar que teve jurados marcando os três rounds para cada uma das atletas.

"Acho que eu nunca realmente saí da conversa de voltar a buscar o cinturão. Sinto que estou batalhando para reencontrar o caminho e passei por algumas lombadas, mas estou sempre tentando melhorar e voltar para lá", disse Esparza.

Na primeira das duas revanches do card, Vicente Luque voltou a vencer o norte-americano Niko Price. O brasileiro, que havia finalizado o adversário em outubro de 2017, desta vez levou a melhor por nocaute técnico no 3º round, quando os médicos interromperam o duelo devido a um grande inchaço que impediu Price de abrir o olho direito. Vicente chega assim ao seu 10º triunfo por nocaute ou finalização - 3º maior número da história da divisão dos meio-médios.

"Definitivamente acho que melhorei desde minha última luta e que ainda estou aqui. Ainda estou aqui para ser relevante e subir na divisão e eventualmente lutar pelo título. Ainda tenho muito a melhorar. Tenho 28 anos, estou empolgado. Não pude mostrar toda minha evolução porque Niko é um cara estranho e veio com tudo e tentou me apagar e trouxe situações diferentes, mas ao mesmo tempo fiquei contente com minha performance. Considerando como tudo aconteceu para esse camp, não foi o camp ideal com tudo o que está acontecendo, mas me sinto bem e me diverti lá", disse Luque.

Com um jogo de chão justíssimo e após diversas tentativas quase bem sucedidas de encerrar o duelo com katagatames e twisters, o promissor Bryce Mitchell venceu Charles Rosa por decisão unânime no segundo combate da noite. Este foi o quarto triunfo do peso-pena de 25 anos em quatro lutas pelo Ultimate.

"Provei que tenho parceiros de treino e treinadores de nível mundial. Tenho dito isso há anos, o que eles me falam para fazer e o que estou fazendo é de nível mundial. Sempre acreditei nisso e acho que as pessoas estão começando a acreditar agora, mas mesmo quando ninguém acreditava, eu não dou a mínima, vou lá e vou lutar de qualquer forma", disse Mitchell.

O meio-pesado Ryan Spann deu continuidade à sua boa fase na luta de abertura do UFC 249 e conquistou sua 4ª vitória consecutiva na organização após superar Sam Alvey por decisão dividida. Com o triunfo, o norte-americano se iguala a Jon Jones e Magomed Ankalaev - agora, os três são donos das maiores sequências ativas de vitórias na divisão.

"É bom poder vir e vencer, esse é o objetivo em primeiro lugar, vencer. Queria ser mais dominante, mas de todo jeito estou feliz pela vitória, apenas desapontado pela maneira como veio, mas estamos de volta. É legal ser honrado e mencionado com o campeão da divisão. Não conseguimos a vitória que queríamos, mas estamos trabalhando com os melhores. COVID nos freou um pouco, mas não pode nos parar. Existem algumas coisas que eu poderia ter feito melhor, mas no geral estou feliz. Quero dominar todo mundo nessa divisão. Quero ter a sequência de vitórias mais dominante não apenas da minha divisão, mas de todo o UFC. Só preciso entrar e ser eu, me divertir e dominar como nós podemos", disse Spann.