UFC 250: Todos os resultados

Amanda Nunes fez história mais uma vez. Ao vencer Felicia Spencer de maneira absolutamente dominante por decisão unânime após cinco rounds, a brasileira, que defendeu pela primeira vez o cinturão peso-pena, se tornou a primeira atleta da história do Ultimate - homem ou mulher - a conseguir defender títulos de duas divisões simultaneamente - ela já tem cinco defesas da coroa do peso-galo no currículo.

"Eu me diverti muito essa noite. Todo o respeito à minha oponente, me senti ótima, me senti tão preparada, isso me faz sorrir porque minha mente, espírito e corpo estavam lá, eu estava na luta fazendo meu melhor, foi o que me fez sorrir o tempo todo. Todos sabíamos que ela era muito dura. Sou uma lutadora inteligente, vi logo de cara que teria vantagem em pé com ela, e no chão também. Os fãs gostam de ver trocação, muita ação. Quero lutar com alguém como ela para provar que posso lutar seis rounds. Eu estava tão bem no quinto round que era como se estivesse no primeiro, provei mais uma vez que sou a melhor do mundo nesse momento. Hoje, provei mais uma vez e fiz algo que ninguém havia feito, sou a melhor de todos os tempos", disse Amanda.

O ex-campeão peso-galo Cody Garbrandt havia perdido suas três últimas lutas por nocaute e começou o duelo com o brasileiro Raphael Assunção com uma postura mais conservadora. A partir do 2º assalto, o norte-americano se soltou mais, usando sua boa movimentação em um combate extremamente técnico. No último segundo do round, Cody conectou uma bomba de direita encerrando o confronto - e sua má fase no Octógono.

"É sempre bom estar no círculo dos vencedores, especialmente com um nocaute sobre um adversário duro como Raphael Assunção. Vencer o cronômetro dessa maneira é a cereja no bolo. Eu não vencia desde 2016, passei por todo tipo de emoção na vida e na carreira, altos e baixos, e me agarrei na luta. Fui abençoado com uma linda esposa, um lindo filho e o sonho no meu coração de perseguir isso e me levantar de novo e de novo após ser nocauteado e humilhado para manter o sonho vivo no meu coração. Sou grato para sempre por ter sido capaz de manter a paixão e a motivação em meio a tudo", disse Garbrandt.

O que era para ser um duelo equilibrado, que poderia definir o próximo desafiante pelo cinturão peso-galo, foi uma apresentação de gala de Aljamain Sterling, que logo no início do combate conseguiu pegar as costas e encaixar um mata-leão e finalizar Cory Sandhagen com apenas 1m28s de combate. Sterling chegou assim ao 5º triunfo seguido no Octógono e encerrou à sequência de cinco vitórias seguidas do adversário no Ultimate.

"Sou uma mochila humana. Eu coloco esses ganchos e você não vai a lugar algum, você vai ter uma noite muito, muito longa. Ouvi o treinador dele dizer, 'Ele vai só usar o wrestling', e eu disse, 'Ok, haha'. Essa é minha estratégia, pressionar, wrestlers de elite podem ditar o ritmo de uma luta, especialmente se você for competente em pé, é o que faz de nós mais perigosos", disse Sterling.

Durante 15 minutos, Neil Magny e Anthony Rocco Martin, dois meio-médios em busca de um lugar no concorrido Top 15 exigiram o melhor um do outro, mas, no fim, Magny teve o braço erguido, conquistando seu quarto triunfo nas últimas cinco lutas e o 16º no Ultimate - 2ª maior marca da história da categoria.

"Ele fez um bom trabalho me prendendo contra a grande e não me permitindo criar espaços e trabalhar meu ataque, então foi uma questão de criar aquele senso de urgência para quebrar o clinch e levar a luta para ele. Estou apenas melhorando, essa luta mostra isso. Não estou nem um pouco feliz com a performance, sei que posso fazer muito melhor e esse fogo vai continuar a me levar para a academia e trabalhar o mais duro que eu puder e conquistar meus objetivos", disse Magny.

Uma das principais promessas da atualidade, o peso-galo norte-americano Sean O'Malley, de 25 anos, fez jus às expectativas depositadas sobre ele com uma performance irretocável e um nocaute brutal sobre o veterano Eddie Wineland na luta de abertura do card principal. Com o triunfo, "Suga" amplia seu cartel para 12-0 e conquista seu quarto triunfo pelo Ultimate.

"Foi uma questão de minutos desde o início da luta até eu acertá-lo com algo. Eu era mais comprido com ele e quando você é tão rápido e preciso como eu, vou conectar primeiro e vou conectar cedo e acertei o disjuntor. Eu estava muito, muito saudável para essa luta, não tinha lesões. Na última luta me senti 95%, mas estava 100% essa noite", disse O'Malley.

Atleta mais novo do plantel do UFC, o peso-pena Chase Hooper, de apenas 20 anos, venceu sua estreia na organização no último mês de dezembro, mas não foi páreo para o experiente Alex Caceres no UFC 250. "Bruce Leeroy" levou larga vantagem na trocação durante os três rounds, venceu por decisão unânime e colocou a primeira derrota no cartel do adversário.

"Gostaria de ter mais lutas empolgantes, gostaria de enfrentar um striker a seguir porque gosto de dar um show para os fãs. Essa luta, sinto que demos um show, mas fui um pouco mais cauteloso com meus chutes e golpes voadores porque sabia o que ele queria, ele queria ir para o chão e dominar lá", disse Caceres.

Buscando reabilitação após perder suas duas últimas lutas, Ian Heinisch voltou à coluna das vitórias em grande estilo no UFC 250. Após fintar uma queda, conectar um overhand e aplicar um knockdown, o norte-americano aproveitou a oportunidade e desferiu golpes até a interrupção do árbitro em apenas 74 segundos de combate no 1º round.

"Eu só enfrentei matadores ranqueados desde que entrei no UFC, então finalmente ser eu mesmo e conseguir uma grande vitória, principalmente com todas essas mudanças acontecendo agora, foi um camp maluco, tem sido uma vida maluca, então é bom quando todo o trabalho é recompensado", disse Heinisch.

Cerca de 10 dias após perder o irmão mais novo, Cody Stamann conquistou uma emocionante vitória sobre Brian Kelleher por decisão unânime em um duelo entre dois ex-pesos-galo se aventurando na categoria dos penas. Stamann chega assim a 2-0 nos 66 Kg no Ultimate; nos 61 Kg, o norte-americano tem o retrospecto de 3-1-1.

"Lutar e minha família são absolutamente tudo na minha vida, não há espaço para mais nada. Lutei contra as lágrimas o dia inteiro, e no segundo em que a luta acabou, não deu mais para segurar. Mesmo sentado entre os rounds, se eu tiver um segundo para pensar no que está acontecendo, começo a chorar. Precisei segurar as pontas, ser homem, engolir e fazer o melhor trabalho possível, e tive muita sorte de ser capaz de conseguir", disse Stamann.

Após ser derrotado em sua estreia no Ultimate em outubro de 2019, o peso-médio havaiano Maki Pitolo conseguiu mostrar o que levou Dana White a contratá-lo no Contender Series em sua segunda apresentação na organização, conquistando um triunfo dominante por nocaute técnico no início do 2º round sobre Charles Byrd.

"Me sinto muito bem, me sinto eu mesmo. Descendo para os meio-médios, mesmo quando eu me reidratava e você tem as 24 horas para se reidratar e recuperar, ainda sentia que algo estava faltando. Peso-médio, corte de peso perfeito, me sinto como um animal nesse peso, as cartas jogadas foram as certas e me sinto fenomenal nos 83 Kg", disse Pitolo.

A divisão peso-mosca, que atualmente não tem um campeão, acaba de conhecer um novo candidato. Isso porque Alex Perez, então 9º colocado no ranking da categoria, conquistou a maior vitória da carreira ao superar o veterano Jussier Formiga (4º), nocauteando-o no 1º round com chutes nas pernas e causando a 3ª derrota consecutiva no cartel do brasileiro.

"Lutei com muitos caras, mas sinto que ele foi o mais duro até agora. É uma sensação amarga, conheço esse cara há muito tempo, o conheci por volta de 2010 em minha segunda luta amadora, quando ele era o número um no mundo. É o fechamento de um ciclo, voltei e o venci. Ele é um dos caras que eu não queria enfrentar porque somos amigos, mas negócios são negócios, preciso fazer dinheiro e é o que é. O número ao lado do meu nome não importa. Preciso lutar com todos. O único número que importa é o número um, o campeão, fora isso não poderia ligar menos para o número que eu receber, estou pronto para lutar", disse Perez.

Devin Clark teve um começo de luta difícil contra Alonzo Menifield, acusou um uppercut conectado em cheio pelo adversário, mas suportou a pressão, aumentou seu ritmo de luta e acabou levando a melhor por decisão dividida após três rounds - sua segunda vitória em 2020. Menifield, por sua vez, perdeu a invencibilidade na carreira após nove lutas.

Sete dias depois a vitória de Gilbert "Durinho" Burns sobre Tyron Woodley, seu irmão mais novo, Herbert, conquistou mais um triunfo para a família na luta de abertura do UFC 250. Lutando em peso casado de 68 Kg, entre as divisões pena e leve, ele precisou de apenas 1m20s para derrubar, pegar as costas e finalizar o veterano norte-americano Evan Dunham, que voltava de aposentadoria após dois anos afastado do Octógono.

"Os irmãos Burns vieram fazer barulho em 2020 e viemos fazer história. Gilbert provou isso na semana passada quando venceu o número um, Tyron Woodley, com uma performance especial e hoje eu venci o experiente veterano Evan Dunham, então viemos fazer história e estamos no caminho para isso. Me senti muito bem, foi uma boa luta contra um veterano duro, um ex-top peso-leve. Sabia que tinha que entrar lá e colocar pressão. Meu estilo, eu tento liquidar as lutas, e foi isso que eu fiz. Ter esse nome no meu currículo é ótimo porque ele é muito duro, eu o assisti e muitas guerras e finalizar um cara como esse no primeiro round é uma vitória que manda um recado", disse Herbert.