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Novos nomes chegando à elite dos pesos-médios e galos, a continuação da onda de renovação na divisão dos pesos-pesados e um veterano garantindo seu lugar na história: estes são os principais pontos de discussão do UFC Ft. Lauderdale.
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Jack Hermansson já é realidade
Os fãs brasileiros não devem estranhar o nome de Jack Hermansson. O sueco-norueguês de 30 anos já veio ao Brasil em três ocasiões para enfrentar atletas da casa no Octógono. Na primeira, foi finalizado por Cezar Mutante; na segunda, nocauteado por Thiago Marreta. E esta última derrota foi um ponto de virada na carreira do “Curinga”.
Logo após perder para o atual desafiante ao cinturão da categoria de cima, a dos meio-pesados, Hermansson voltou ao país e encarou Thales Leites no Rio de Janeiro, vencendo o veterano em um confronto emocionante. A seguir, ele emplacou mais dois triunfos, finalizando Gerald Meerschaert e David Branch - um faixa-preta de jiu-jítsu de Renzo Gracie - o que carimbou sua entrada no Top 15 dos 84kgs.
Menos de um mês depois, Hermansson se inscreveu para o maior desafio de sua carreira, uma luta principal contra Ronaldo Jacaré, que poderia levar o brasileiro à sonhada disputa de título. E o Curinga provou que não apenas vive uma boa fase, mas que segue em uma trajetória de evolução vertiginosa e se juntou a Robert Whittaker, Kelvin Gastelum e Yoel Romero como os únicos algozes de Jacaré no UFC.
Em apenas um ano, Hermansson foi de um atleta mediano a uma estrela da categoria por seus próprios méritos e pode estar a poucos passos da chance de conquistar o cinturão.
Hardy, Sakai e o futuro dos pesos-pesados
Greg Hardy é um nome conhecido nos Estados Unidos. Antes de ser lutador de MMA, o atleta de 30 anos foi um jogador de destaque na maior liga de futebol americano do mundo, a NFL, o que justifica a grande quantidade de holofotes voltados a ele apesar da pouca experiência no mundo das lutas.
Após aplicar dois nocautes rápidos em duas lutas pelo Contender Series, Hardy teve uma estreia frustrante no Octógono, sendo desqualificado por golpes ilegais contra Allen Crowder. Neste final de semana ele se redimiu, passando por Dmitrii Smoliakov sem grandes dificuldades.
As únicas coisas que Hardy tem em comum com Augusto Sakai são o fato de serem pesos-pesados e de terem passado pelo Contender Series. Grau preto de muay thai, com passagem por outras organizações de MMA, o brasileiro já tem maior experiência no mundo das lutas, e conquistou neste final de semana a maior vitória de sua carreira, superando o ex-campeão Andrei Arlovski por decisão dividida após 15 minutos de muito equilíbrio.
Os dois, no entanto, surgem como promessas de renovação em uma divisão sedenta por novos talentos na qual cada vitória representa um salto maior do que em qualquer outra categoria.
Olho em Cory Sandhagen
Se o peso-pesado não é, atualmente, uma das divisões com maior quantidade de grandes talentos no MMA, o mesmo não se pode dizer sobre o peso-galo. A categoria até 61kgs, cujo cinturão será disputado por Henry Cejudo e Marlon Moraes em junho, é uma das mais “injustas” do Ultimate, já que abriga uma série de ótimos lutadores fora do Top 15 devido a enorme concorrência e ao altíssimo nível de todos os ranqueados.
A partir desta semana, Cory Sandhagen se junta ao grupo que conquistou uma vaga na lista. Após vencer seus três primeiros compromissos no Octógono por nocaute ou finalização, o norte-americano de 27 anos passou com louvor pelo teste mais duro de sua carreira, superando o brasileiro John Lineker - então oitavo colocado no peso - por decisão dividida.
Criativo na trocação, com ótimo uso da envergadura e impressionante poder de absorção de golpes e resistência a finalizações, Sandhagen se destacou no ótimo card de Fort Lauderdale, e deve ser jogado aos tubarões para desafios ainda maiores daqui para frente.
Glover entre os maiores
Lutar contra um adversário 14 anos mais novo, por si só, já é um desafio complicado. Ser atingido por golpes duríssimos no início da luta, chegar perto de sofrer uma derrota por nocaute técnico e se recuperar para vencer o duelo minutos depois é uma tarefa para poucos.
Glover Teixeira saiu atrás contra Ion Cutelaba, mas mostrou coração e técnica para suportar a pressão, levar a luta para sua zona de maior vantagem, o solo, e liquidar o moldavo com um mata-leão no segundo round. Para quem duvidava, uma prova irrefutável de que o mineiro segue como um dos nomes mais duros e relevantes nos 93kgs.
Aos 39 anos de idade, ele venceu sua segunda luta em 2019, atingindo, de quebra, marcas históricas: é agora, ao lado de Jon Jones, Chuck Liddell e Tito Ortiz, o atleta com mais vitórias por nocaute ou finalização na história dos meio-pesados (10), além de dividir com Jones também o posto de maior finalizador de todos os tempos na divisão (5).
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