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A visão de Kavanagh: Conor McGregor e a SBG

Conheça um pouco mais sobre o treinador de um dos melhores lutadores de MMA da atualidade


Não parece fazer mais do que dois anos desde que o os lutadores irlandeses tomaram Dublin e chocaram o mundo das artes marciais mistas. Nem mesmo o arquiteto da SBG (Straight Blast Gym), que teve quatro lutadores naquela noite, acha que passou tanto tempo após a noite na O2 Arena.

"Já faz dois anos?", pergunta John Kavanagh. "É, parece que sim. Muita coisa aconteceu nesse período de tempo".

E, realmente, muito aconteceu no quarteto da SBG desde 19 de julho de 2014.

Conor McGregor, que fez a luta principal e venceu Diego Brandão, foi de um lutador carismático para campeão.

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O meio-médio Gunnar Nelson continua em sua caminhada até o topo, com um cartel de 2-2 desde que derrotou Zak Cummings. Mas as histórias de Cathal Pendred e Paddy Holohan são as mais intrigantes, já que ambos se aposentaram depois da maior noite profissional de suas vidas.

Não era o resultado esperado após o evento de Dublin. Aqueles quatro navegaram até o topo do UFC, junto dos colegas de equipe Aisling Daky e Artem Lobov, e dominaram o mundo. No entanto, esse é o conto de fadas. Na realidade, é um jogo de luta, e algo que Kavanagh teve que lidar.

"Eu meio que aceitei isso", comentou. "O filósofo grego Heraclitus tinha a ideia de que você nunca pisa duas vezes no mesmo rio pelo motivo da água sempre seguir a correnteza. Então você enxerga apenas um rio, mas o rio está em constante mudança. Eu tenho um rio de lutadores e sempre terei que lidar com isso".

"Eu sempre terei pessoas que chegarão ainda imaturos e começarão a competir em algum momento. Dylan Tuke e James Gallagher são caras assim", continua Kavanagh. "Eu sempre terei também um grupo de caras no topo, e obviamente Conor e Gunnar Nelson estão nesse patamar. E também terei caras que já estavam no final da carreira, como foi com Cathal Pendred. Então eu meio que estou em paz comigo mesmo ao pensar que meus próximos 20 anos serão assim. Tento não me apegar muito às coisas. Eu curto o momento que continuo o meu trabalho quando chega uma nova leva".

O dia 19 de julho de 2014, no entanto, sempre terá um lugar especial na memória de Kavanagh, e isso jamais mudará.

"Eu não sei se terei outra noite como aquela, pois existem elementos que não podem ser replicados", disse. "Meu pai e minha mãe estavam na torcida e 20 anos antes eu estava sentado tentando explicar a eles que eu queria fazer isso para viver, e eles diziam que eu era louco. Tê-los sentados na arquibancada naquela noite e ver o filho deles fazer algo especial naquilo que ele escolheu, para mim é maior do que qualquer evento. E esse é apenas um dos fatores. Nós sempre estamos tentando provar coisas novas e tentar construir algo no sucesso do passado. Mas aquela noite era única".

Como é costumeiro nesse esporte, toda noite é única, mas algumas mais do que outras. Esse certamente será o caso em 20 de agosto, quando McGregor fará a revanche contra Nate Diaz na luta principal do UFC 202. Apesar do status de estrela de McGregor, esse é um momento decisivo para ele, já que ele perdeu sua primeira luta no UFC e sair derrotado duas vezes seguidas não é algo bom. Mas se algo foi provado no passado, é que McGregor consegue brilhar em meio ao caos. A comparação feita com o ex-campeão de boxe Manny Pacquiao, que levou o nome de seu país durante suas lutas, também o incomoda. Kavanagh concorda que eles são parecidos quando se diz sobre a luta, mas que as comparações devem parar por aí.

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"Apenas para deixar as comparações mais claras, Pacquiao é alguém envolvido em política, e o ponto aonde eu quero chegar é que isso é totalmente o oposto de Conor", comentou. "Conor é muito obcecado sobre o esporte e as coisas que envolvem o MMA, mas só. Ele não tem nenhuma aspiração fora disso".

"Sobre acharem que o Conor tem tratamento especial, não é bem assim", continuou. "Estou em uma casa com o Conor, ele com a namorada dele, eu com a minha, e talvez mais uma oito pessoas. E ainda temos uma outra casa com mais sete de nós, então podemos perceber que é mais um camp de treinamento do que algo feito apenas para bajular o Conor. Ninguém aqui é pago para ficar dizendo que ele é o campeão. Todos aqui têm uma participação fundamental para fazer um camp de treino perfeito".

É exatamente dessa maneira que Kavanagh gosta, e enquanto ele passou a ser uma das pessoas mais respeitadas no esporte nos últimos dois anos, ele aproveitou para lançar sua biografia "Vencer ou Aprender", acreditando que orientar lutadores é sua maior paixão. Mas se você é bom como ele é, isso significa que você terá mais demanda de lutadores e precisará de mais ajuda para os treinamentos.

"É algo que eu ainda estou trabalhando", ele ri. E isso prova que ele chegou muito acima de onde esperava estar hoje.

"20 anos atrás eu me apaixonei pelo UFC e pelo esporte. Eu sabia que jamais conseguiria lutar, pois eu era apenas um fã de artes marciais, e esse esporte é maior expressão de artes marciais que existe. Mas se alguém me dissesse naquela época que eu não seria apenas um fã, mas conseguiria fazer uma carreira nesse esporte e estaria envolvido com um dos maiores lutadores da atualidade, eu teria me beliscado", finalizou.

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