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Brasileiro encara Travis Browne na disputa principal do UFC Orlando
Coragem foi palavra de ordem na nova empreitada de Fabrício Werdum pelo UFC. O lutador gaúcho estava com o posto de próximo desafiante dos pesados praticamente assegurado, mas viu o plano em curto prazo frustrado quando o campeão Cain Velásquez lesionou o ombro e acabou forçado a ficar fora de combate por mais alguns meses.
Para se manter na ativa, Werdum decidiu não esperar Velásquez e resolveu fazer outro combate neste meio-tempo, contra Travis Browne, sábado, no UFC Orlando, mesmo com o teor de ‘alto risco’ presente caso seja derrotado e perca a chance de cinturão.
Neste bate-papo, o brasileiro fala sobre dosagens de confiança, detalhes do camp e novos rumos profissionais.
Se essa luta contra o Browne não sair como você espera, pode adiar bastante as pretensões de título. Tem bolsas de apostas que colocam você como azarão, inclusive. Como está isso na sua cabeça?Nem levo em conta essa coisa de apostas, são apenas números. Foi complicado aceitar um combate com a chance de título garantida, sei o risco que vou correr se perder, mudou todos os planos. Encarei esse desafio porque confio em tudo que posso mostrar no octógono. Tenho me sentido cada vez mais completo nos treinamentos.
O Browne já provou que aguenta muita pancada. Você pensa em uma tática mais longa ou curta para o combate?Tivemos de priorizar alguns detalhes para cadenciar melhor a parte estratégia. Mas também aguento bastante porrada. Serão cinco rounds, 25 minutos dentro do octógono. Então vou arrancar vantagens nos clinches e nas trocas na curta distância. Em algum momento, a finalização vai acontecer.
Como você disse, deter o ímpeto do adversário vai ser essencial . Pode-se dizer que o (treinador de wrestling da Kings MMA) Kenny Johnson foi quem teve o trabalho mais detalhista no camp. Foi a prioridade?Foi uma das (prioridades), como sempre. Focamos bastante nas adaptações, em evitar os double-legs, além de sempre ficar esperto em travar o braço dele do jeito certo para evitar cotoveladas. Só treino com caras tops. Além do Kenny, tenho o Cobrinha no jiu-jitsu e o Rafael Cordeiro no muay thai. O que vier pela frente eu caio dentro e me saio bem.
O Cigano falou que respeita muito e vai torcer por você, mas considera o Browne favorito para essa luta.Cada um tem sua opinião. O Cigano já foi campeão, agora tem de esperar um pouco mais e fazer as lutas dele.
Ele disse que ainda visualiza sempre a revanche entre vocês. Acha que vai mesmo acontecer?Claro que sim. Mas meu foco agora é o Browne, mas sou um cara que vive de provar que os que me criticam estão errados. Na luta contra o Fedor (Emelianenko, pelo Strikeforce), falavam que ia ser uma grande barbada para ele, fizeram apostas e tudo mais. Fui lá e o finalizei em menos de 50 segundos.
Afinal, o que é necessário para acabar com a hegemonia do Velásquez?O segredo é não se assustar em ficar por baixo. Acho que meu jogo casaria bem e anularia o dele. Ele tem controle absurdo no octógono. Gosta de ficar por cima, e nunca me importei em ficar por baixo. Aliás, tenho vitórias fenomenais construídas da guarda. Sempre que ele (Velásquez) luta, vejo que daria para aplicar alguma raspagem, pegar no triângulo ou chave de braço.
E essa parte multitarefa? Você é lutador, comentarista, dono de academia, embaixador do UFC na América Latina. Quem faz o que gosta nunca vai trabalhar na vida?Bem por aí (risos). Cara, meu irmão cuida mais da academia, mas fico o dia todo em função do UFC, seja treinando, comentando ou resolvendo os problemas disso tudo juntos (risos). Mas não tem erro, não. É o estilo de vida que escolhi.