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Detentor de cinturões em organizações como o EliteXC, faixa preta de jiu-jitsu estreia na categoria dos galos
No próximo sábado, no Canadá, no UFC 165, mais um brasileiro promissor estreia na organização. O peso galo Wilson Reis, que já conta com 16 vitórias e quatro derrotas no cartel, chega com vontade de fazer barulho na categoria que hoje já conta com compatriotas de peso, entre eles o campeão interino Renan Barão e feras como Yuri Marajó e Raphael Assunção entre outros. Na bagagem, Reis não traz apenas a experiência dentro dos cages, onde já conquistou cinturões importantes. O casca-grossa é um vencedor na vida, dedicado às artes marciais desde a infância e com muitos títulos no jiu-jitsu. Tais atributos são o impulso para ir bem na sua estreia, diante do representante e orgulho de El Salvador Ivan Menjivar.
“Comecei nas artes marciais por causa do meu Tio Edson. Ele era muito fã de atores lutadores como Bruce Lee e Jean Claude Van Damme, sempre trazia os filmes deles e eu assistia a todos. Por conta disso, sempre queria lutar com os meus irmãos Dilson e Wagner. Por coincidência, a patroa da minha mãe doou um kimono pra ela e, quando isso aconteceu, ela já sabia para qual dos três filhos deveria dar. Procurei uma academia no bairro e comecei com o Kickboxing, mas sempre quis competir e fui para o judô e depois para o jiu-jitsu, onde peguei a minha faixa-preta em 2004 do Mestre Roberto Godoi, na Godoi Jiu-Jitsu Club”, relembra Reis.
Com o sucesso na arte suave, se destacando nos principais torneios, surgiu o convite para treinar e dar aulas na Philadelphia, na academia BJJ United, e foi aí que Wilson passou a se dedicar mais aos treinamentos sem kimono e de trocação, até finalmente estrear no MMA, em 2007.
“O jiu-jitsu é o motivo por estar aqui hoje pronto para estrear no UFC. Todos esses anos, mesmo antes do MMA, eu lutei todo tipo de campeonato, seja ele interno, regional, mundial... Foram 15 anos, sem parar. Em 2008 diminui as competições de Kimono e passei a priorizar o MMA. O jiu-jitsu me ensinou a vencer e a evoluir com as derrotas, a me controlar na parte emocional e a estudar os meus adversários. Isso eu trouxe comigo para o MMA e, com certeza, é o meu carro forte.”
Dentro do cercado, Reis passou por organizações como o extinto EliteXC e o Bellator, tendo conquistado vitórias e títulos, além de oito finalizações. Entre seus ataques prediletos o estrangulamento, principalmente o mata-leão, já que o faixa-preta costuma dominar muito bem os oponentes pelas costas.
“Já conquistei o cinturão do EliteXC, nos EUA, e do WFE Platinum no Brasil, mas a minha meta sempre foi chegar no UFC. Pretendo ganhar do Ivan nesta estreia e já entrar entre os 10 primeiros no ranking. Espero grandes lutas e sei que não vai ser fácil o caminho, mas a
minha caminhada nunca foi fácil, então estou mais que preparado. Pretendo conquistar cada degrau e chegar a disputa do título”, declara.
Para tal, terá que derrotar em Toronto o experiente Ivan Menjivar (25v-10d), um atleta perigoso, que varia bem as técnicas, com nove nocautes e dez finalizações a favor. O veterano que reprsenta Quebec no Canadá, vem lutando MMA desde o princípio dos anos 2000 e passou por todo tipo de desafio contra nomes como os ex-campeões Urijah Faber (duas vezes) e Matt Serra, os exímios lutadores de chão Vítor Shaolin e Jeff Curran, e até Georges St-Pierre.
“Eu acho ele um cara completo, mas estou muito confiante e preparado para enfrentá-lo e tenho certeza que vai ser uma grande luta”, diz. “Trabalhei duro na Philadelphia, nas academias Brazilian Jiu-Jitsu United, Daddis Fight Camps, Matinez BJJ, tudo com supervisão do Alexandre Popo, Eric Del Fierro e do meu empresário, Eduardo Alonso. Fiz o treinamento completo de jiu-jitsu, striking e Wrestling e uma excelente preparação física”, completa.