Luta aconteceu na noite deste sábado, na Austrália, no UFC 193
A noite de 14 de novembro marcou o fim de uma era. Apontada como a atleta mais dominante dos esportes de combate, Ronda Rousey foi nocauteada por Holly Holm na luta principal do UFC 193, perdendo o título peso-galo e a invencibilidade. Aqui, listamos cinco motivos que podem ter contribuído para o fim do reinado da atleta.
Vale ressaltar que analisar estes pontos não tira de maneira nenhuma os créditos de Holly Holm. A nova campeã subiu ao octógono com a estratégia perfeita, que foi executada impecavelmente, e saiu com a merecida vitória. Veja aqui quatro passos para ajudar a entender o triunfo da norte-americana.
Mudança de data
Inicialmente, o UFC 193 teria como atração principal a disputa do título meio-médio entre Robbie Lawler e Carlos Condit, mas uma lesão do campeão forçou algumas mudanças. A luta entre Ronda e Holm, que estava marcada para 2 de janeiro, em Las Vegas, foi transferida para 14 de novembro, adiantando o início das preparações específicas para o combate. É claro que a então desafiante Holm também foi posta nesta situação, mas a agenda da norte-americana fora da academia não era tão cheia quanto a de Rousey, o que nos leva ao próximo ponto.
Distrações com mídia
Dar incontáveis entrevistas, estampar capas de revistas, realizar aparições em talk-shows populares da TV norte-americana, ser apresentadora convidada em um tradicional programa esportivo, gravar o vídeo de apresentação da maior liga de futebol americano. Estas foram apenas algumas das atividades que Ronda fez nas semanas que antecederam a grande luta contra Holm. A vida de estrela nunca atrapalhou Ronda, mas, com tantos compromissos, é difícil imaginar que os treinamentos não tenham sido afetados.
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Problemas pessoais
Há cerca de um mês, foi divulgada uma entrevista na qual a mãe de Ronda, Dra. Ann Maria De Mars, criticava duramente o principal técnico da filha, Edmond Tarverdyan, afirmando que ele era um péssimo treinador e que havia acertado na loteria quando Ronda começou a treinar em sua academia, entre outras declarações mais duras. Em conversa com jornalistas, Ronda se negou a comentar o caso, mas, de novo, é difícil imaginar que o camp não tenha sido afetado pelo desentendimento na vida pessoal.
Excesso de confiança
Este possivelmente é o fator que mais pesou na derrota da ex-campeã. Ronda é conhecida por querer provar para as adversárias que é a melhor em todas as áreas de luta, inclusive no jogo delas. Contra Bethe Correia, a atleta garantiu que fez questão de nocautear após a brasileira questionar suas habilidades na trocação. Contra Holly, a lutadora tentou provar que tinha o boxe bom o suficiente para lutar em pé contra a ex-pugilista e múltiplas vezes campeã na nobre arte, e falhou.
Falha estratégica e frustração
Enquanto Holm executou o plano perfeito, com movimentação, golpes pontuais e defesa de queda, a então campeã tentou compensar falta de técnica em pé com excesso de agressividade, partindo para cima da adversária com a guarda baixa. Ainda no primeiro round, depois de ter o rosto atingido algumas vezes por Holm, Ronda conseguiu prensar a rival contra a grade, mas a queda não veio. Momentos depois, ela se posicionou para aplicar sua característica queda de judô, porém Holly resistiu novamente, se recusando a ser lançada no chão. Ronda até conseguiu levar a luta para o solo e tentou trabalhar seu jogo, mas a desafiante foi rápida em se levantar. Ao fim do assalto, Holly surpreendeu derrubando a adversária.
Sem conseguir impor seu jogo, Ronda ficou claramente frustrada, mas não executou nenhuma mudança de estratégia para o segundo round. A atleta continuou a partir para cima, abrindo brechas para Holly, que capitalizou perfeitamente, acertando o chute alto que causou o nocaute.
Depois de ser encaminhada ao hospital, Ronda publicou em suas redes sociais que estava bem de saúde e que tiraria algum tempo para descansar, mas que voltaria ao octógono. Independente da derrota, a norte-americana ainda é uma pioneira no MMA feminino, e será para sempre uma das campeãs mais dominantes da história da organização.
