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Euro Trip: Jedrzejczyk conta como a Europa virou terra de campeões

Campeã peso-pelha, polonesa fala do sucesso dos atletas do continente


Quando Michael Bisping venceu o The Ultimate Fighter em 2006, ele estava feliz por não ter que voltar aos segundos empregos que sustentava enquanto batalhava para se firmar na cena regional de MMA. Germaine de Randamie era uma kickboxer de alto nível que teve que começar do zero como lutadora de MMA, e Conor McGregor estava recolhendo cheques de auxílio-desemprego algumas semanas antes de mudar sua vida ao vencer Marcus Brimage em sua estreia no UFC. Quanto à polonesa Joanna Jedrzejczyk, ela flertou com a possibilidade de tentar uma vaga na seleção nacional de boxe antes de ver no MMA uma opção viável para um futuro em que ela não teria que, basicamente, pagar para lutar.
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Quatro lutadores, quatro origens e jornadas diferentes, mas um denominador comum: todos são atualmente campeões do UFC, e não representam apenas a si mesmos, mas toda a Europa.
“Significa muito”, disse Jedrzejczyk sobre a atual explosão europeia no topo do esporte, “No passado havia apenas campeões do UFC dos Estados Unidos e do Brasil. Então fico muito contente por ter cada vez mais campeões do velho continente. Significa muito para mim. Eu estava lá, depois Conor, depois Bisping e agora a Germaine. Estou feliz por todos nós, duas lutadoras e dois lutadores. É incrível. Espero que Khabib (Nurmagomedov) vença sua luta (contra Tony Ferguson), mas é uma luta muito difícil. Tenho muito respeito por ambos. Mas haverá mais e mais oportunidades para atletas europeus”.
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Se o russo Nurmagomedov vencer Ferguson na luta co-principal do UFC 209 na próxima semana, ele se tornará o quinto europeu segurando um cinturão neste momento, atrás apenas dos Estados Unidos, com seis títulos, e à frente do Brasil, que tem dois. É uma evolução que mostra o quão rápido o esporte cresceu nos últimos anos, e um lembrete de que, para ter sucesso no octógono, você não precisa ter um passaporte norte-americano ou brasileiro.
Mas nem sempre foi assim. De 1997, quando o cinturão do UFC foi criado, até março de 2015, quando Joanna conquistou o título peso-palha, Bas Rutten e Andrei Arlovski haviam sido os únicos campeões europeus do Ultimate. Naquela época, nem passava pela cabeça de Joanna um futuro no MMA. Ela achava que viveria lutando muay thai, arte em que dominava. Infelizmente não havia dinheiro no esporte para ela.
“Eu costumava abrir mão do meu dinheiro para voar para a Tailândia e representar meu país quando estava competindo nos mundiais amadores de muay thai”, lembra a campeã. Eventualmente, ela pensou em uma carreira no boxe, mas, em 2012, uma jovem chamada Ronda Rousey começou a fazer grandes lutas e ganhar notoriedade nos Estados Unidos, e Jedrzejczyk percebeu.

“Naquela época, eu pensava em entrar para a seleção polonesa de boxe e pensava em representar meu país nas Olimpíadas”, conta, “Mas então pensei ‘O MMA está crescendo mais e mais, e as lutadoras são as super estrelas’. Eu via Ronda Rousey e as outras lutadoras e pensava ‘Vamos nessa. Você foi cinco vezes campeã mundial de muay thai, provavelmente você consegue fazer isso no MMA também’. Meu objetivo era melhorar e aqui estou. Sou campeã do UFC”.
Não foi tão fácil assim. Vindo de uma modalidade de trocação, para um esporte em que essa é apenas uma das disciplinas que você precisa para ter sucesso, Joanna sofreu, assim como outros parceiros europeus que precisaram aprender wrestling e jiu-jítsu, as áreas de domínio dos norte-americanos e dos brasileiros, respectivamente.
“No começo foi difícil”, admite Jedrzejczyk, “Eu não sabia muito de luta agarrada, wrestling e jiu-jítsu na época, então eu me irritava. Fui finalizada muitas vezes. Às vezes eu chorava, pensava que nunca aprenderia. Mas eu disse ‘Acalme-se, não há caminho fácil. Continue treinando, continue aprendendo, seja humilde e se agarre à paixão por isso’. É isso que faço até hoje. Tento ser humilde todos os dias na academia, tento aprender com todos e me tornar uma lutadora melhor a cada dia. O mais difícil era aprender tudo. Agora, posso dizer que sou uma lutadora de MMA completa”.

Jedrzejczyk venceu seis lutas de MMA antes de ser chamada para o UFC em 2014. Em sua terceira luta, ela era campeã mundial e, hoje, é uma legítima superestrela, com quatro defesas de título realizadas. Quanto ao resto de seus amigos europeus campeões, o irlandês Conor McGregor está em um patamar acima das superestrelas, e foi o primeiro a conquistar dois cinturões simultaneamente. O inglês Michael Bisping foi uma das grandes surpresas de 2016 ao vencer Luke Rockhold e conquistar o título uma década após sua estreia no octógono. E a holandesa Germaine de Randamie escreveu sua história no início deste mês, quando venceu Holly Holm e se tornou a primeira campeã peso-pena do UFC.
É uma época e tanto para a história do MMA, e se alguém algum dia duvidou que atletas europeus podiam ter sucesso no octógono, este quarteto fantástico respondeu estas questões.
“É muito importante para as pessoas”, disse Joanna, “Estamos mostrando que é possível. Não importa de onde você vem, você é capaz. Você pode ter seu próprio sonho e lutar pela maior organização de MMA do mundo, você pode lutar nos maiores eventos de MMA e você pode ir além. Isso é bom”.
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