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Cormier não liga para as críticas. Ele ainda é o campeão

"Essa luta é apenas mais uma oportunidade de provar que todos estavam errados"

Daniel Cormier é um cara esperto, então ele entende. Ele entende o motivo pelo qual boa parte dos fãs não gosta muito dele, e provavelmente nunca vão gostar.

Ele sabe que as pessoas ficam encantadas com o poder de nocaute e a velocidade de Anthony "Rumble" Johnson, seu oponente na noite do UFC 210. Cormier também acredita que as vaias que costuma ouvir nas arenas e as críticas nas redes sociais têm mais relação com a frustração dos fãs com a ausência de Jon Jones.

Mas Cormier também sabe disso: nada disso importa. E daí que ele é um dos campeões menos queridos do UFC, reinando a categoria com algumas das maiores estrelas? Ele ainda é o campeão. E ele planeja continuar assim.

"Inicialmente, as vaias me incomodavam. Mas eu percebi que é parte do jogo. Eu só posso controlar algumas coisas. As pessoas podem me amar ou odiar, mas elas não podem negar que, quando entro no octógono, eu luto com tudo. Na maior parte do tempo, isso é o suficiente para ter a mão erguida. Eu durmo bem à noite porque sei que ralo todos os dias, e faço as coisas certas", disse.

"Essa luta é apenas mais uma oportunidade de provar que todos estavam errados".

A luta é um desafio monumental. Não existe outro lutador como Johnson. Desde que Cormier o finalizou com um mata-leão no UFC 187, Johnson tem se comportado como um monstro. Ele destruiu seus últimos três oponentes com nocautes, o mais recente deles em apenas 13 segundos.

Johnson é o típico lutador que deixa os fãs perplexos. Cormier, no entanto, não está preocupado.

"O Anthony é o bicho-papão. As pessoas amam seu jeito de lutar, adoram assistir seus nocautes. Eles adoram aquele estilo de trocação agressivo. Mas eu gosto de vencê-lo, porque as pessoas fazem com que ele pareça algo que não é. Não tenho medo dele, não tem nada dele que me assuste. Você olhava para os outros lutadores, e dava para ver que estavam apavorados. Você não verá isso em mim".

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Existe uma longa tradição nos esportes de combate que implica em cultivar a imagem de vilão. Para os lutadores marrentos, não importa o que você pense, desde que preste atenção.

Mas o homem conhecido como "DC" é diferente.

Ele superou imensas dificuldades e dores em sua vida. Ele representou os Estados Unidos em duas Olimpíadas, e é um devotado homem de família com dois filhos pequenos. Em todos os aspectos, é um dos melhores embaixadores do esporte. Ainda assim, nesta era de "fatos alternativos", muitos consideram Cormier um cara ruim, ou pelo menos o beneficiário dos problemas de Jon Jones.

Javier Mendez, principal treinador na American Kickboxing Academy, faz parte do grupo que não entende os detratores de Cormier.

"O DC é um cara simplesmente incrível. Ele é tudo o que você poderia querer em um campeão, mas as pessoas ainda vaiam. Eu não entendo. Se você convivesse todos os dias com ele, juro que mudaria de opinião", disse.

Ele cita um sábado recente como exemplo. Em vez de estar na academia, Cormier estava atuando como técnico do time juvenil de wrestling em um campeonato estadual na Califórnia.

"Quem faz isso? Ninguém faz isso, mas o DC faz. Aquele homem se lembra de como as pessoas o ajudaram, e agora devolve para a comunidade. As pessoas que não gostam dele, simplesmente não o conhecem".

É impressionante ver um dos melhores lutadores de MMA do mundo ensinando wrestling para crianças pequenas na AKA. Depois do treino, os meninos e meninas fazem fila para cumprimentá-lo, enquanto os pais esperam a chance de agradecê-lo pela aula. Mas, na verdade, Cormier diz que recebe muito mais do que dá quando trabalha com as crianças. Ele diz que é sua fuga.

"Esqueço todo o resto quando se trata da minha família e crianças", disse. "Esse sou eu".

Se isso te faz pensar que Cormier não estará focado dentro do cage, está enganado. Mendez afirma que esta foi a melhor preparação do atleta até agora. Em vez de passar por uma cirurgia para tratar a lesão na virilha, ele decidiu passar por uma terapia inovadora com plaquetas, conseguindo assim passar pelo camp necessário para enfrentar Johnson.

"Eu treinei muito, muito para essa luta. Sei o quanto ele é resistente e perigoso, então preciso ter certeza de que estou fazendo tudo certo. É difícil falar, mas simplesmente sinto que estou pronto para dar conta do trabalho".

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Se vamos analisar por que Cormier não é um dos "garotos legais" do UFC, outra explicação pode ser seu estilo de luta. Ele amassa os oponentes. Não é espetacular, mas é efetivo. Ele descreve sua abordagem da seguinte maneira: pense em uma piscina funda.

"Eu estou lá embaixo, me escondendo. Eu começo a te puxar pelos calcanhares, e então pela cintura. Quando você percebe, já estou te arrastando pelos ombros. E esse processo leva tempo. Eu não nocauteio as pessoas em 15 segundos, esse não sou eu. Eu demoro um pouco para levar o cara para águas profundas. Mas quando consigo, eu afogo ele. Entendo que os fãs se apaixonam pelos grandes momentos, mas nas minhas lutas, os grandes momentos não importam".

Johnson quase venceu a primeira luta dessa maneira: derrubando Cormier com uma mão direita no começo do primeiro round. Cormier sobreviveu e venceu, mas Mendez não se esquece do golpe.

"Ele arremessou o DC para longe. Simplesmente arremessou. Foi bom que o DC já estava andando para trás quando foi atingido. O Rumble é especial. Se você fica na frente dele, ele acaba com você. Ele fez isso com todo mundo que tentou. Mas não sei se o DC vai tentar evitá-lo. Se ele quiser trocar com o Rumble, ele vai trocar. Não é o que eu gostaria, mas quem manda é o DC".

Cormier não diz nada sobre a luta, além de que ele pretende punir Johnson. Mas está claro de que algumas coisas sobre Rumble acabaram irritando o campeão. Uma delas foi o pôster oficial, que traz um Cormier pequeno, com um Johnson muito maior atrás dele.

"Me incomodou um pouco. O desafiante vindo atrás do campeão para tomar o que é dele. Eu entendo. Mas acho que poderiam ter sido mais criativos".

Cormier sempre entende. Ele sabe que Johnson capturou a imaginação do público, mas ele também acha que é o melhor lutador. Outra coisa que acredita é que conseguirá a revanche com Jones ainda este ano, tendo a chance de vingar sua única derrota.

Mas antes, ele terá a briga com Rumble.

"Muitas vezes vemos esses caras em ótimas fases, e todos mundo presta atenção neles. Isso é o que está acontecendo com o Rumble agora. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas estão se esquecendo do que eu fiz".

E essa será a chance para relembrar, goste dele ou não.