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Daniel Cormier: o foco está em Rumble, não em Jon Jones

Campeão meio-pesado defende o cinturão neste sábado (8), no UFC 210


O futuro nunca é certo para um lutador. O que acontece em uma noite de luta é o que determina o próximo passo. As previsões, esperanças e sonhos não contam nessa hora. Quanto mais cedo um atleta percebe isso, melhor. Assim, Daniel Cormier não está falando sobre uma revanche com Jon Jones antes de enfrentar Anthony Johnson no sábado.

Isso porque sem uma vitória no UFC 210, nada mais vai importar.

"Meu foco está 110% no Anthony Johnson", disse o campeão meio-pesado. "Se não, tudo o que eu sempre quis será tirado de mim. Ou eu presto atenção na tarefa que tenho pela frente, ou o próximo passo nem vai existir".

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Meras palavras para alguns, mas vindas da boca de Cormier, elas são como uma pregação. Ele já viu muito no wrestling, MMA e na vida para ser algo além de sincero com as palavras e consigo mesmo. Isso pode desagradar algumas palavras, mas o atleta de 38 anos não está disposto a mudar sua postura ou jeito de falar para se adequar ao panorama esportivo. Isso significa que ele certamente falará de como está confiante para vencer Johnson pela segunda vez, mas também admite que sofrerá alguns machucados e hematomas ao longo do caminho.

"Eu vou me casar em 27 de maio. Fiz questão de fazer meu casamento pelo menos seis semanas depois da luta para ter certeza de que, caso eu machuque muito o rosto, terei tempo de me recuperar. E eu espero me machucar contra ele, mas isso não será o suficiente. Existem muitas maneiras para eu vencer essa luta, e é o que farei. Honestamente, vou dominar esse cara. Vai ser pior do que da outra vez, e então seguiremos em frente".

Da última vez que enfrentou Johnson, Cormier estava passando pelo o que ele descreve como "ressaca do cinturão". Ele vinha da primeira derrota de sua carreira para Jones, e estava se preparando para uma luta contra Ryan Bader, marcada para junho de 2015. Mas quando Jones teve o título cassado, Cormier foi chamado para enfrentar "Rumble" pela coroa caga. Ele agarrou a chance, mas a ressaca atrapalhou.

"Honestamente, na última luta, eu não estava preparado para ele e não estava pronto para lutar. Existe algo que se chama 'ressaca do cinturão'. Se você luta por um cinturão, pode acontecer uma ressaca depois dessas grandes lutas. Vimos isso acontecer com Glover Teixeira e Phil Davis. Depois da derrota para o Jones, ele voltou pensando em se recuperar, e perdeu. E isso acontece com muitos caras depois de grandes lutas, eles perdem a próxima. Chad Mendes perdeu para Frankie Edgar logo depois de perder para Conor McGregor. Você começa a se preparar para uma luta que não é tão grande quanto a anterior".

Cormier perseguiu uma luta contra Jones durante anos. Quando não aconteceu, isso teve um peso na preparação para Johnson. E quando Rumble acertou Cormier no primeiro round, a ressaca quase se tornou um apagão. "DC" se recuperou do knockdown e finalizou o adversário no terceiro, e agora, saber que aguenta um golpe do oponente só aumenta sua confiança. Mas ele não quer se acostumar com isso.

"Eu não me machuquei na primeira luta, e agora sei que aguento o melhor golpe dele. Eu sei disso. E acho que essa é minha vantagem por ter lutado no peso-pesado por tantos anos. Por mais que ele bata forte, eu já recebi esse tipo de golpe antes, ou até pior. Dito isso, não quero me arriscar porque um desses socos pode nocautear. Eu sei disso, sou honesto comigo mesmo. Não vou fingir que ele não pode me nocautear, porque ele pode".

Ainda assim, a sabedoria convencional diz que Cormier tem mais armas para vencer neste sábado (8), desde que não deixe seu ego levá-lo a uma verdadeira briga. E isso não é uma garantia.

"Eu sou um competidor. Então quando um cara me acerta, quero acertá-lo de volta. Mas no fim das contas, posso fazer ajustes. Se analisarmos essa luta de maneira objetiva, sem se apaixonar com o poder de nocaute do Anthony, você percebe que eu tenho mais caminhos para a vitória. Então estou confiante, mas também tenho que ser muito cuidadoso".

"Cuidadoso" não é uma palavra associada a Cormier, e prova disso é sua decisão de enfrentar Anderson Silva com dois dias de antecedência em julho, quando Jones foi afastado da revanche marcada para o UFC 200.

"Eu queria lutar. Essas preparações não são fáceis, e são caras, e se você faz um camp de oito semanas e tem a oportunidade de lutar, especialmente contra alguém como Anderson Silva, você aceita. E, honestamente, muitas pessoas viajaram até Las Vegas para ver uma luta e eu era um dos principais daquele card, então me senti na obrigação de lutar não só para mim, mas para os fãs. Só porque um de nós decepcionou os fãs, não significa que nós dois faremos isso".

Cormier dominou Silva por três rounds na luta que não valia o cinturão, acumulando uma Performance da Noite sobre Johnson, uma Luta da Noite sobre Gustafsson, e uma vitória sobre o melhor de todos os tempos desde a primeira luta contra Jones.

No sábado, ele poderá encerrar o capítulo com Johnson e seguir para o casamento com Salina. E ninguém quer mais uma luta contra Jones do que ele. Mas tudo o que importa é o sábado.

"Estou preparado para todas as situações, e não estou subestimando nada como na última luta. Desta vez, fiz uma preparação completa específica para ele, então prevejo que minha performance será muito melhor do que da última vez". 

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