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Maurice Smith, ex-campeão peso-pesado, entra para o Hall da Fama do UFC

Cerimônia acontecerá em julho, em Las Vegas


Muito antes de estrear no UFC em 1997, Maurice Smith já tinha seu nome imortalizado no clássico "Digam o que Quiserem", filme de 1989.

Mas o homem que o personagem de John Cusack usou para listar exemplos de campeões do kickboxing, junto de Don "The Dragon" Wilson e Benny "The Jet" Urquidez, ainda teria muito a conquistar em uma carreira que agora o leva até a Ala dos Pioneiros do Hall da Fama do UFC.

"Eu não sabia qual era o critério inicialmente, então fiquei surpreso", disse Smith. "Mas é um grande elogio para mim. Eu aceito e fico lisonjeado". A cerimônia acontecerá em julho, em Las Vegas.

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Ex-campeão peso-pesado do UFC, Smith causou um impacto no MMA que certamente lhe coloca entre os maiores. Mas em sua estreia no octógono, contra Mark Coleman no UFC 14, ele já tinha 35 anos e era um notável kickboxer e lutador de MMA na cena internacional. Assim, a disputa contra "The Hammer" era mais uma outra luta qualquer.

"Era só uma luta em outro evento. Eu vi tudo em termos muitos simples. As promoções competiam por lutadores, e esse era meu ponto de vista. Quando entrei no UFC, eu já competia desde 1980, então eu lutava havia muito tempo. Eu não estava nervoso, apenas estava focado".

Muitos esperavam que Smith perdesse aquela batalha, simplesmente porque Coleman estava atropelando todos os oponentes. O campeão tinha um cartel 6-0, liquidando todas as suas lutas no UFC, e assim que o duelo ia para o chão, o "padrinho do ground and pound" dominava.

Smith, no entanto, não planejava ser derrubado. Tendo enfrentado nomes como Ken Shamrock, Bas Rutten e Tsuyoshi Kohsaka no japonês Pancrase, assim como o já mencionado Wilson, Ernesto Hoost e Peter Aerts no kickboxing, Smith não via Coleman como alguém que intimidava. Era apenas seu próximo oponente.

"Ele era só mais um lutador. Mas o Frank (Shamrock) reve uma boa ideia. Nós todos concordamos que a maioria daqueles caras, incluindo eu, éramos unidimensionais. O wrestling não foi pensado para ser um esporte que se luta em alto ritmo por muito tempo. A questão com o kickboxing é que você precisa ter a resistência e precisa conseguir se recuperar e não se assustar quando te acertam. Então previmos que ele viria com tudo, e ele me enfrentou na pura emoção".

E enquanto Coleman se cansava, Smith impunha seu jogo tanto no solo, quanto em pé. Quando se encerraram os 21 minutos de combate, um novo campeão foi coroado, e seu nome era Maurice Smith.

Com essa vitória, o norte-americano iniciou uma nova era e mostrou aos trocadores que era possível usar o condicionamento superior e a estratégia para vencer em uma área amplamente dominada por wrestlers e atletas do jiu-jítsu. É certo dizer que futuros campeões do UFC como Chuck Liddell e Joanna Jedrzejczyk foram influenciados por isso, seja direta ou indiretamente.

Mas o aspecto mais notável do que Smith fez no octógono é que ele nunca deixou de evoluir. Mesmo que nunca chegasse ao nível All-American de wrestling, ou à faixa preta no jiu-jítsu, ele era perigoso o suficiente para ser respeitado. Some isso à uma dedicação Espartana ao condicionamento, e veja que Smith estava à frente de seu tempo em diversos aspectos.

"Tudo era sobre condicionamento, e se eu estivesse em pé, ninguém poderia me vencer. Nenhum lutador de MMA deveria vencer um kickboxer de elite na luta em pé. Wrestling e grappling são outras coisas, mas ninguém me vencia na trocação do MMA. Então nós apenas treinávamos duro. Treinar duro, manter o foco e ser o melhor que pode ser. E se o seu melhor te coloca na posição de melhor lutador, então você precisa treinar. E se você está em forma e sabe jogar o jogo, não importa se são rounds de 15 minutos ou cinco minutos. Se treinou direito, ficará bem".

Autodidata no kickboxing, e profissional da modalidade entre 1980 e 2005, Smith tem um cartel 53-13-5. Nas lutas feitas nas regras do MMA, ele conquistou 10 vitórias e seis derrotas entre 1996 e 2013, e enfrentou diversas futuras estrelas do UFC na época de Pancrase e Rings. Mas o veterano não considera essa fatia de sua carreira como MMA por conta das regras diferentes, que incluíam a proibição de golpes de punho fechado no Pancrase.

"Aquilo doía", ri. "Os tapas doíam".

Foi no Japão que Smith conheceu (e enfrentou) Ken Shamrock, sendo introduzido ao time Lion's Den. Depois, Frank Shamrock apareceu, e suas habilidades se complementaram na academia, e levaram a grandes feitos no octógono.

Mas mesmo depois de ter vencido Coleman, ter se tornado o primeiro lutador a defender um título do UFC quando venceu "Tank" Abbott, e ter enfrentado nomes como Randy Couture, Kevin Randleman, Marco Rudas, Bobby Hoffman e Renato "Babalu" Sobral, Smith mantém a humildade ao falar de suas conquistas no MMA.

"Nós apenas treinávamos muito e levávamos tudo a sério. Éramos muito dedicados quando chegamos a um certo nível de notoriedade. Comecei com o Ken, mas foi o Frank que me ajudou a ser um lutador de MMA".

Hoje em dia, Smith aponta outro lutador híbrido como um exemplo no esporte.

"Acho que o Jon Jones é o melhor de todos. Ele não é um grande trocador, mas sabe trocar. Ele tem boas defesas de queda, está sempre em forma e, para mim, é de longe o melhor de todos os lutadores. Se ele conseguir se manter fora de confusão pelo resto de sua carreira, e eu espero que consiga, terá grandes coisas pela frente. É assim que o esporte deveria ser".

Isso é hoje. Em 1997, era Mo Smith que mostrava ao mundo como o MMA deveria ser. E apesar de completar 56 anos em dezembro, o homem que se afastou do esporte em 2013 não se importaria de vestir as luvas novamente.

"Claro. Tudo o que preciso é tempo para treinar". 

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