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GSP não teme colocar legado em risco em retorno ao octógono

Ex-campeão dos meio-médios busca segundo cinturão no UFC 217

Se Georges St-Pierre não estivesse de contrato assinado para tentar tomar o cinturão dos pesos-médios de Michael Bisping neste sábado (4), em Nova York, ele seria a pessoa perfeita para o “Conde” pedir algumas dicas sobre a arte de defender seu cinturão.
“Para ser campeão do UFC, você precisa fazer muitos sacrifícios”, disse St-Pierre, “Não é uma corrida de velocidade. Eu compararia com uma maratona. Não é o que você fez nos treinos que te fará campeão; é o que você fez durante toda sua vida. Ser campeão não é algo definido por um training camp. É definido pelas escolhas que você fez ao longo da sua vida”.
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Poucos sabem das vantagens e riscos de ser campeão melhor que St-Pierre, que teve o título dos meio-médios em duas oportunidades. Na primeira, o cinturão foi dele por menos de cinco meses. Na segunda, seu reinado durou quase seis anos, e quando ele abriu mão em 2013, foi voluntariamente, já que ele entrou em um hiato do esporte, que terminará neste final de semana.
“Existem os campeões e os campeões de elite”, disse, “Você pode conquistar o título, mas mantê-lo é muito difícil. Muito, muito difícil. Porque quando você se torna campeão, você é o alvo, o jogo muda. Existem poucos caras que conseguiram defender o título mais do que cinco vezes. É muito difícil e é isso que define a grandeza, quando você é capaz de se manter no topo”.
O canadense defendeu sua coroa por nove vezes após unificá-lo se vingando da derrota para Matt Serra, e não teve vida fácil, passando por nomes como Jon Fitch, BJ Penn, Thiago Alves, Dan Hardy, Josh Koscheck, Jake Shields, Carlos Condit, Nick Diaz e Johny Hendricks.
“Eu lutei na era de ouro dos meio-médios”, disse, “Todos os caras eram matadores e os enfrentei em seus auges. Quando eles estavam no auge, eu fui o cara que os venceu”.

Mas ser o melhor vencendo os melhores pode cansar um lutador, algo que GSP descobriu eventualmente.
“Você não é mais o mesmo lutar (depois de um tempo”, disse, “Alguns dias são bons, outros são ruins. Mas você precisa se adaptar e ainda performar. É por isso que é tão duro. Após um longo período de tempo, tudo fica muito difícil. É por isso que precisei tirar um tempo e me rejuvenescer e estou feliz por ter feito isso”.
Deixar o esporte após vencer Hendricks chocou o mundo do MMA mas fez todo o sentido para St-Pierre, que se orgulha do fato de ter parado em seu auge.
“Ninguém deixa o esporte no auge”, disse, “Eu saí por cima. Todos falharam até agora. Todos. Todos perderam sua aura de invencibilidade ou foram pegos fazendo coisas estúpidas”.
St-Pierre foi aproveitar sua vida sem um alvo nas costas. E apesar de sempre ter ouvido os rumores de seu retorno, ele não tomaria essa decisão até estar pronto. Em 2017, a hora chegou.
Em um esporte que mudou consideravelmente desde 2013.
Em uma nova divisão.
Aos 36 anos de idade.
E em uma época em que as chances de sair por cima pela segunda vez não são tão boas quanto costumavam ser.
“Existem muitos riscos nesse meu retorno”, admite St-Pierre, “Mas acho que é isso que me empolga. Quanto maior o risco, maior a recompensa. E ainda acredito que as pessoas não viram meu melhor”.
St-Pierre espera mostrar seu melhor neste sábado contra Bisping. É uma grande escalada, mas a lição mais importante que ele aprendeu sendo campeão é a que traz consigo em seu retorno.
“Se você quer ser o melhor do mundo em algo, você não pode ser normal”, disse, “Se você é normal, será um cara normal. Você precisa ser obcecado. Eu era obcecado e ainda sou. Tenho um objetivo. Está dentro da minha mente em todos os momentos da minha vida até que eu o alcance. Quando eu conseguir, terei um objetivo diferente, um alvo diferente, e este será minha nova obsessão”.
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