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Embalado por sete vitórias consecutivas e atual 7º colocado no ranking dos pesos-leves, Charles do Bronx vai medir forças com o 3º na categoria, Tony Ferguson, na luta co-principal do UFC 256, neste sábado (12), em Las Vegas.
A poucos dias do duelo, o brasileiro conversou com a reportagem do UFC Brasil sobre a expectativa para o confronto. Confira abaixo como foi o bate-papo.
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UFC Brasil: Após sua última vitória sobre Kevin Lee em março, você pediu algum adversário específico ao UFC? O Tony Ferguson era exatamente o que você queria?
Charles: “Um nome, eu não vinha pedindo; eu vinha pedindo um Top 5, que era o que eu merecia. Do 1º ao 5º, qualquer um deles, e acho que eu não estava pedindo nada fora do contexto. Eu vinha me mantendo treinado, porque sou atleta e ganho dinheiro com isso. Aceitamos essa luta com 20 dias de antecedência, então aceleramos a máquina para poder chegar bem. Acho que isso é o mais importante.
Quando ofereceram o Ferguson, eu nem pensei, só assinei o contrato. Lógico, a gente queria essa luta com mais tempo para poder treinar mais, mas foi o que apareceu. Vou mostrar que posso chocar o mundo com 20 dias de preparação, então imagina quando eu souber que a próxima luta vai ser daqui a três meses?”.
A última luta do Tony foi uma derrota para o Justin Gaethje que encerrou uma sequência de 12 vitórias seguidas dele. Você tirou alguma lição assistindo a esse duelo?
“Eu acho que, em primeiro lugar, ele errou de ter aceitado essa luta. O cara treinou tantos meses para lutar com o Khabib, a luta caiu e ele foi para um adversário completamente diferente - ia lutar com um cara que só bota para baixo, e acabou lutando com um cara que só troca em pé. A gente pôde tirar grandes coisas dessa luta. O Justin Gaethje não brincou em nenhum momento, o tempo inteiro sério, focado. Chutando bastante, trabalhando toda hora de encontro e não caçando ele. Deu para aprender algumas coisas”.
Tanto você quanto Tony são caras bastante agressivos tanto em pé, quanto no chão. Como acha que esses estilos vão se encaixar no Octógono?
“Ele é um cara louco. É um cara que sai girando perna de um lado, entra nas pernas se jogando. Ele tem um estilo próprio, faz acontecer. Todo mundo fala que é um bicho papão, mas não vejo isso - vejo ele como um cara duro, que a gente tem que respeitar. Mas estou na minha melhor fase e acho que sou melhor que ele em pé, no jiu-jítsu e no wrestling. O tempo em que eu era um moleque acabou, hoje também sou um homem no UFC. Como eu falei, vou chocar o mundo no dia 12. Estou bem mentalmente e fisicamente, estou feliz e isso é o mais importante nessa luta. Vou lutar mais focado e consciente do que nunca e vou meter a porrada nesse cara.
É uma luta em que a gente tem que tomar muito cuidado e lutar muito consciente. Acho que é uma luta que não passa do 2º round, mas a gente sabe que o importante é sair com a vitória, independente de ser por decisão, nocaute ou finalização”.
Caso consiga sua 8ª vitória, contra um oponente do nível do Tony, qual será seu próximo passo na divisão?
“Depois da aposentadoria do Khabib, não tem muito o que fazer: Charles Oliveira contra Tony Ferguson - vencendo, vou sentar e esperar a luta de janeiro entre Dustin Poirier e Conor McGregor. Não tem outra lógica. Não tem outro caminho. Quem vão colocar? Justin Gaethje? Está vindo de derrota; Dan Hooker? Está vindo de derrota. Quem é o cara que vai lutar pelo cinturão? Eu estou vindo de sete vitórias seguidas - quando vencer no dia 12, serão oito. Conor McGregor é um grande nome, vende bastante, e o Dustin Poirier também. Não tem o que fazer, essa é a luta pelo cinturão”.
O UFC 256 terá transmissão ao vivo e exclusiva do Combate neste sábado (12) a partir das 20h (horário de Brasília).