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Jay Silva - O Homem Mais Feliz no UFC

O brilho não ainda se esgotou para Jay Silva.

Dias antes de pisar no octógono pela segunda vez nesta noite de segunda-feira, para enfrentar Chris Leben no card do UFC Fight Night em Fairfax, Virgínia, o carioca de 28 anos de idade está tão feliz de estar aqui como estava antes, em sua primeira experiência em setembro do ano passado contra CB Dollaway. Deixando as férias de lado, mantendo o peso, ficando pronto para encarar um adversário faminto que tentará arrancar sua cabeça - nada disso incomoda Jay, e seu entusiasmo é contagiante.

"Para mim, ainda é um sonho", ele disse. "Eu ainda não consigo acreditar. Todos os dias eu visito o site (do UFC), dou uma olhada e vejo a minha foto no card de luta e a cada dia estou mais animado. É a maior coisa que você pode fazer, e é isso que todos nós queremos - lutar no UFC".

Ouvir Jay falar, relembra porque todos nós estamos nesse esporte em primeiro lugar - como participante ou como espectador. É porque nós amamos as lutas. Algumas pessoas pensam que é legal agir como se não se importasse ou não se entusiasmasse com o esporte depois de estar às voltas com ele por um determinado período de tempo, Jay Silva ainda não chegou nessa. E isso ficou evidente em sua primeira luta no UFC, quando ele encarou Dollaway. Escalado com pouco mais de uma semana de antecedência, Jay começou dando trabalho ao elogiado peso médio com tudo o que ele pôde durante os 15 minutos, antes de perder no final por decisão unânime.

Alguns até acharam que Jay tinha feito o suficiente para vencer, até mesmo o adversário de segunda-feira Leben, que disse: "Eu pensei que ele poderia até ter vencido a luta". Mas Jay não é de chorar sobre o veredicto.

"Eu definitivamente perdi essa luta", disse Jay, agora 5-2 como profissional. "Se fosse uma briga de rua, eu definitivamente venceria por causa dos danos causados, mas isso é MMA. Se você olhar para o combate dessa forma, eu tomei uma sova nos três rounds. Mas eu tive coração e eu não quis abandonar. Eu disse que aquele cara tem que me matar para me tirar daqui, porque eu não vou desistir. Mas foi uma boa luta, CB fez o que tinha que fazer e ele sabia que tinha que me levar para baixo, porque se ele ficasse em pé comigo, ele seria nocauteado".

Foi uma prova para o queixo de Dollaway que foi capaz de permanecer em pé sob o assalto de trocação e Jay acredita que foi sua própria insistência em emplacar a quinta vitória por nocaute que o levou à derrota.

"Estava um pouco ganancioso demais, porque cada vez que eu lutei, eu sempre tive a luta da noite ou um nocaute, e eu queria nocautear", ele disse. "Eu o machuquei algumas vezes e cada vez que acertava ele, eu via seus olhos virarem, eu estava tipo 'cara, ele realmente não pode aguentar o meu poder', por isso em minha mente eu queria proporcionar um show e conseguir o nocaute da noite. Quando eu o acertei e ele caiu e eu tentei o estrangulamento. Eu senti que ele estava cedendo à finalização e eu pensei que poderia terminar a luta, mas minha mente estava tipo 'não, eu sempre nocauteio pessoas', então eu desisti da finalização e voltamos em pé. Agora, vendo isso, eu estou tipo 'o que há de errado com você? A vitória é uma vitória'. (Risos) Mas isso acontece, aprendemos com nossos erros, e eu acho que ele me fez um lutador melhor. De agora em diante, eu vou aproveitar o que a luta me oferecer".

A derrota certamente não abalou a reputação de Jay Silva entre os fãs de luta, que viram seu estilo ofensivo e sua vontade de deixar tudo no octógono na noite de luta. E tão logo o veredicto final foi lido, Jay percebeu que as coisas não seriam sempre as mesmas em relação a sua carreira de lutador.

"Meu mundo mudou, cara", ele disse com um sorriso. "Eu me tornei uma celebridade por algum motivo. (Risos) Você vai a algum lugar e as pessoas que não conhecem o MMA perguntam o que você faz, e você diz que luta. Eles perguntam onde você luta, e agora eu posso realmente dizer a eles, no UFC. As pessoas podem não estar familiarizadas com o mundo do MMA, mas quando você diz UFC, eles sabem o que é. Então, é bom dizer às pessoas, agora que eu luto no UFC".

E os fãs agora seguem cada movimento seu no Facebook e Twitter. Que diferença faz uma luta, hein?

"Eu costumava ser assim com o Rampage (Jackson) e o Cheick Kongo, e agora tem gente fazendo isso comigo e eu estou tipo 'uau'. Este é um sonho e estou muito, muito feliz".

E o status de legítimo lutador do UFC ajuda Jay a passar por um feriado sozinho, treinando na academia.

"Eu moro sozinho na Califórnia, toda a minha família em Nova York, e era Natal e eu estava sozinho e disse para mim mesmo 'cara que porcaria'", ele admite. "Então eu parei e pensei e rezei, e porque eu tenho que rezar sobre isso? Eu sou grato. Eu sou uma pessoa de sorte por lutar no UFC, eu posso comer corretamente agora porque eu estou me preparando para uma luta no UFC, então o que mais eu quero? Há um milhão de caras por aí que gostariam de estar no meu lugar".

Talvez não na noite de segunda-feira, quando tem que olhar do outro lado do octógono um cara apelidado de 'The Crippler'. Mas espere; esses seriam os nossos pensamentos como civis. Para um lutador como Jay, a possibilidade de enfrentar alguém que provavelmente tem 99% de garantia de manter a luta em pé e trocar socos sem sequer pensar em uma queda é a sua versão do paraíso no MMA. E, curiosamente, Leben traz esse elemento como um perigo para a luta.

"Na luta com o CB, eu não tinha medo e isso é uma coisa ruim quando você vai para uma luta sem medo", Jay explica. "Na luta com CB, não havia nada que ele poderia ter feito que eu não tenha visto antes, ou que poderia me machucar. A única coisa que eu sabia que ele ia fazer era me levar para baixo e me segurar. Eu não ia me machucar, ele não vai tentar cotoveladas para me cortar. Eu não estava com medo do cara, e é muito ruim quando você vai para uma luta e você não está com medo. Em todas as minhas lutas anteriores, eu estava realmente com medo dos caras porque eu sabia que eles nocauteavam pessoas e eu sabia o quanto poder que tinham, então eu sabia que tinha que ser cuidadoso. Com Chris Leben, eu adoro Chris Leben, e ele é um dos caras que, antes da minha entrada no UFC, eu gostava de vê-lo no card de luta e eu digo 'eu quero ver esse cara porque ele vai para cima'. Ele não está nem ai. Ele vai ficar lá com você e vai fazer uma guerra, e eu gosto disso. É como eu gosto de lutar, e eu estou realmente animado porque todo mundo sabe que eu não vou tentar levá-lo para baixo. Eu quero ficar em pé e trocar com o cara e eu sei que é exatamente o que ele vai fazer. Mesmo vindo de duas derrotas, eu não acredito que ele vai estar tipo 'oh, vou mudar meu jogo agora, levar esse cara para baixo e ganhar por pontos'. Ele vai tentar ficar em pé e arrancar minha cabeça fora. Isso é bom para mim porque eu quero fazer a mesma coisa. Vai ser uma guerra".

E isso é quando o homem mais feliz do UFC, Jay Silva, está no seu mais feliz.