Entrevistas
José Aldo: Familiar, mas formidável | UFC Vegas 44
Brasileiro retorna ao Octógono neste sábado (4) para encarar Rob Font na luta principal do UFC Vegas 44
José Aldo pareceu diferente, mas ao mesmo tempo muito familiar quando superou Pedro Munhoz no UFC 265, em agosto.
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Fisicamente, a lenda brasileira sempre pareceu o mesmo, mostrando estar em forma e mantendo a guarda alta, com as mãos prontas pra golpear. Porém, em suas quatro lutas anteriores, também pareceu que algo estava faltando.
Enquanto se recuperava da derrota para Petr Yan no UFC 251 com uma vitória por decisão unânime sobre Marlon Vera em 2020, ele ainda parecia o cara que perdeu para o russo, lutou contra Marlon Moraes e pouco ofereceu a Alexander Volkanovski em sua última luta no peso-pena.
Mas contra Munhoz, Aldo pareceu muito diferente, apesar de estar totalmente reconhecível. Ele parecia aquele monstro ofensivo que dominou o peso-pena por seis anos.
O José Aldo das antigas.
“Agora todos estão dizendo que eu estou subindo no ranking novamente, e tudo isso é graças à Marinha”, comentou o lutador, que encara Rob Font na luta principal do UFC Vegas 44, neste sábado (04). “Eu estava desmotivado, pensando no que eu faria depois de lutar. Não tinha a mesma ambição de subir no Octógono e fazer grandes duelos”.
“Mas tudo mudou no momento em que eu coloquei os pés na Marinha, com todos me dando uma ótima energia”.
É compreensível que o fogo dentro de José Aldo tenha começado a apagar, já que ele competiu no topo da divisão do peso-pena por mais de uma década, conquistando o cinturão do WEC em 2009.
Porém, depois de mais de 30 lutas como profissional, o lutador de 35 anos demonstrava estar com sua missão cumprida no esporte, já que parecia dar sinais de declínio.
Ele tomou a decisão de mudar de categoria e ir para o peso-galo buscando uma mudança na carreira, mas que não começou da forma que ele esperava com uma derrota por decisão dividida para Marlon Moraes, sendo derrotado logo em seguida por Petr Yan em um duelo pelo cinturão.
Foi quando ele percebeu que precisava mudar as coisas se quisesse competir em alto nível.
“Eu comecei a treinar na Marinha depois de lutar pelo cinturão dos galos. Eles me abraçaram desde o primeiro momento e nunca tentaram me testar ou algo do tipo”.
“Treinar na Marinha me ajudou muito - me deu uma nova vida, um novo combustível”, continuou o brasileiro. “Isso é o que faz com que eu treine e viva novamente uma vida de lutador - acordar cedo e continuar a ganhar. Essa parceria é que me dá a força para ser campeão mais uma vez”.
Foi aí que o novo, mas antigo Aldo apareceu na luta contra Munhoz.
Aldo voltou a acertar mais socos do que o rival, com um jab afiado e com sua marca registrada: os chutes nas pernas. Ele se manteve na curta distância e trocava golpes de forma confiante, mostrando para Munhoz o motivo de ser um dos maiores da história
“As pessoas ainda não conheciam esse meu lado. Na minha mente, eu cresci muito desde que comecei a treinar na Marinha, mas precisava mostrar isso. Foi uma luta dura, mas consegui vencer,”.
A vitória fez com que ele tivesse agora a oportunidade de lutar neste final de semana contra Rob Font, outro lutador perigoso e estabelecido na divisão dos galos.
“Rob Font é um grande lutador”, começou o ex-campeão. “Ele é muito versátil na luta em pé e também é um cara que está de olho no título. Mas, cara, a maneira que venho treinando…pode ter certeza de que a vitória será nossa”.
A maneira como ele se expressa esse sentimento hoje é diferente. Aldo está confiante. É algo que apenas se reconhece quando se fala com diversos lutadores e vê como eles respondem e reagem a cada situação.
E Aldo pareceu mais do que nunca falar isso de peito estufado, sem querer convencer ninguém. E caso vença Font no sábado, ele estará no lugar que tanto almeja.
“Assim que eu vencer a luta, o próximo passo é ter um novo duelo o quanto antes ou lutar pelo título, certo? Da forma que eu venho treinando e como imagino essa luta, quero entrar lá e vencer de forma convincente para lutar pelo cinturão”.
“Meu grande objetivo é ser o campeão, e se eu superar o Rob Font, vou chegar bem próximo disso”.
