Entrevistas
Melissa Gatto celebra caminho até o UFC e projeta retorno em dezembro
Peso-mosca revelou não estar 100% satisfeita com a vitória na estreia
Não é sempre que vemos estreantes terem performances tão dominantes quanto a de Melissa Gatto no UFC 265. Ainda mais quando consideramos que a atleta nascida em Campinas (SP) não competia há quase três anos.
Mas quem viu a entrevista pós-luta da brasileira pôde perceber que a peso-palha não ficou completamente satisfeita com a performance da estreia.
Passados alguns dias, a reportagem do UFC Brasil entrou em contato com a atleta e perguntar se sua opinião ainda era a mesma.
“Quando eu assisti à luta depois, achei que não foi tão ruim quanto o que eu estava vivendo e vendo do meu ponto de vista naquela hora. Mas mesmo assim, eu queria ter mostrado mais, ter feito uma performance melhor. Queria muito ter finalizado ela no primeiro round. Foi justamente isso, queria ter terminado com a luta logo”, disse. “Mas as pessoas me elogiaram muito. O Minotauro na transmissão [do Canal Combate] elogiou muito a minha parte de quedas, de chão, a trocação. Acho que estou no caminho certo”.
Adicione o calendário do UFC à sua agenda digital
Contratada pelo UFC em 2019, Melissa chegou a participar de algumas atividades da semana de luta do UFC 237, mas um problema de saúde tirou a atleta do card. Ainda assim, tudo serviu de experiência para a estreia de fato.
“Os momentos que eu já tinha vivido na outra semana foram muito tranquilos. Claro que não foi igual, até por causa da pandemia. Dessa vez não podíamos sair, não tinha tanta gente no hotel, mas foi bem tranquilo. Daí a parte da luta, que eu ainda não tinha vivido, eu fiquei um pouco mais nervosa. Queria ter mostrado mais, fiquei um pouco nervosa na hora da luta”.
O caminho até o UFC 265 não foi fácil. Além do problema de saúde, Melissa foi suspensa por conta de um exame antidoping e ainda por cima passou por uma cirurgia. A brasileira falou sobre como se manteve forte durante esse tempo.
“Foi bem difícil. Principalmente quando teve aquele exame de doping que eu não consegui provar a minha inocência. Foi uma das piores partes para mim, das que mais mexeram com meu psicológico. É uma coisa que eu sabia que não tinha feito, mas também não consegui provar isso. Mas fui tentando manter a calma, levando os treinos muito a sério. Toda vez que eu entrava para treinar eu falava: ‘uma hora vai dar certo, acredita que vai dar tudo certo, e quando der certo você vai estar 100% preparada’. Eu acho que foi o que me motivou a treinar e manter o foco e o ritmo sempre”, declarou.
“Depois disso eu não consegui tirar o visto quando marcaram uma luta para mim, foi bem no início da pandemia. Daí depois eu passei por uma cirurgia, tive que ficar mais um tempo afastada. Mas na luta eu pelo menos consegui deixar uma boa parte do que eu queria lá. Não tudo, como eu falei, eu queria muito ter uma performance melhor, mas estou aliviada. Sair com a vitória é o que mais importa”.
Agora, a prioridade é fazer mais lutas para compensar o tempo que ficou sem poder competir.
“Logo que saí já pedi para lutar em dezembro. O plano é esse, fazer o máximo de lutas que eu puder pra pegar o ritmo, e depois tentar ranking e subir na categoria. Acho que agora o que eu mais preciso mesmo é lutar, é voltar a ter ritmo de luta. Eu fiquei quase três anos parada”.
