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Retrospectiva de fim de ano - UFC 92

Relembre os melhores últimos eventos do ano na história do Ultimate

No dia 30 de dezembro, o tradicional último evento do UFC do ano acontece na T-Mobile Arena em Las Vegas, com Cris Cyborg defendendo o cinturão peso-pena pela primeira vez contra a ex-campeã peso-galo Holly Holm na luta principal do UFC 219. Para nos aquecermos para o último evento de 2017, vamos lembrar os cinco melhores eventos que fecharam anos anteriores. Hoje, é o UFC 92, liderado por um sexteto de lendas do MMA.
Retrospectiva de fim de ano: UFC 66 | UFC 79
UFC 92
27 de dezembro de 2008
MGM Grand Garden Arena
Uma das melhores partes de ser um fã do UFC nos velhos tempos era se acostumar a ver os Ultimate Ultimate shows em dezembro de 1995 e 1996. Liderados pelos melhores dos melhores daquela era em um formato de torneio, era quase como a final da Copa do Mundo de MMA na sua televisão.
Doze anos mais tarde, o último evento do UFC em 2008 foi chamado de Ultimate 2008, e eu não poderia estar mais empolgado. Sim, não havia torneio, mas havia duas disputas de título e o terceiro encontro entre dois dos maiores rivais do PRIDE. O resto do card era OK, mas ser atingido com Jackson-Silva, Mir-Nogueira e Evans-Griffin no card principal era a maneira perfeita de encerrar 2008.
Começando com Quinton “Rampage” Jackson contra Wanderlei Silva, essa era uma luta entre dois caras que definitivamente não trocaram cartões natalinos dois dias antes. Eles se encontraram duas vezes no PRIDE, Wanderlei venceu as duas por nocaute e estava confiante de que conseguiria a terceira.
“Eu me lembro muito bem de bater nele”, disse Silva, “Foram lutas muito, muito boas para mim, mas ele era um cara muito duro e eu sei que preciso treinar duro para enfrentá-lo, então dou meu melhor todos os dias. Não gosto dele e ele não gosta de mim. Ele é meu rival há anos, e, para mim, lutar com rivais é muito melhor do que quando oponentes o respeitam demais. Somos profissionais e lutamos, mas é melhor lutar com alguém que você não gosta. Você treina mais, você tem mais motivação, e eu amo lutar com meu grande rival”.

Rampage estava vindo da perda do cinturão dos meio-pesados para Forrest Griffin, e que maneira melhor de voltar aos trilhos do que exorcizar os demônios das duas derrotas para Wanderlei?
Já na luta co-principal, a história era ainda melhor. Um dos maiores da história do PRIDE, Rodrigo Minotauro havia vencido duas seguidas desde sua mudança para o UFC em 2007, e, em fevereiro de 2008, ele conquistou o cinturão interino dos pesos-pesados. Agora ele enfrentaria o ex-campeão Frank Mir, que havia ressuscitado sua carreira após um sério acidente de moto ao vencer Antoni Hardonk e Brock Lesnar. Poucos lhe davam alguma chance de vencer Minotauro, entretanto.
Se essas duas não fossem suficientes, a luta principal teve dois vencedores do TUF se enfrentando pelo título meio-pesado. Lembre-se, apenas três anos e meio depois da final do TUF 1, muitos fãs assíduos consideravam os lutadores que saíam do reality como estrelas de TV, e não legítimos competidores do UFC. O campeão Forrest Griffin e o desafiante Rashad Evans rejeitaram esse mito, e agora estavam lutando pelo maior prêmio do esporte.
Foi uma noite que correspondeu as expectativas. Foi assim que vimos as lutas mencionadas acima naquela noite.
EVANS X GRIFFIN \ MIR X NOGUEIRA \ JACKSON X SILVA
Por dois rounds na luta principal do UFC 92, parecia que a altura e envergadura de Forrest Griffin seriam demais para Rashad Evans. Mas quando você nunca perdeu em 18 lutas profissionais, você acha uma maneira de vencer, e foi isso que Evans fez, se recuperando no terceiro round para bater Griffin e conquistar o título dos meio-pesados.
“Foi uma grande luta”, disse Evans, “Demorou um pouco para eu me aquecer, mas cheguei lá. Eu não queria entrar lá com apenas uma mentalidade, porque quando você faz isso, você se dá mal”.
E após 10 minutos de sucesso esporádico, Evans - vencedor do TUF 2 - atacou. Menos de três minutos depois, ele era campeão mundial.
Ambos lutadores buscaram a distância no minuto inicial, e Evans abriu o segundo minuto de luta com um golpe que teria encerrado a luta se tivesse conectado. Mas não conectou, e os dois continuaram a circular na curta distância, adicionando tensão a cada trocação, com ambos tendo momentos de sucesso. Griffin teve sucesso especialmente com os chutes baixos, e apesar de Evans ser o golpeador mais rápido entre os dois, ele parecia estar tendo dificuldades para achar seu oponente mais alto.
Griffin continuou a perseguir no segundo assalto, rapidamente colocando Evans contra a grade. A pressão fez a torcida começar a gritar “Forrest, Forrest”, mas também deu o foco de volta a Evans, que se concentrou para encurtar a distância. Entretanto, a cada passo para frente, Evans pagava o preço, seja com chutes baixos ou socos no rosto. Mas quando Evans conseguia marcar, seja com um afiado jab e direto, ou chute no corpo, fazia barulho. Foi Griffin que encerrou o round com o golpe mais duro, uma direita no rosto bem ao soar do gongo.

No terceiro round, Evans finalmente achou sua abertura e segurou um dos chutes de Griffin, mandando o campeão ao chão com uma chuva de golpes. Evans tentou encerrar os trabalhos no chão, mas Griffin se defendeu e se recuperou rapidamente. Evans se manteve no controle no chão, periodicamente explodindo com duros golpes na cabeça. Griffin parecia absorver bem os golpes até que uma chuva violenta começou com uma direita e apagou Griffin, obrigando o árbitro Steve Mazzagatti a encerrar o combate aos 2m46s do 3º round.
Tire a palavra “ex” do nome de Frank Mir, já que o norte-americano completou a espetacular reviravolta de sua carreira no UFC 92, dominando e nocauteando Rodrigo Minotauro no segundo round para recuperar parte do título dos pesos-pesados que ele nunca perdeu no octógono.
“Enfrentei muitos demônios após meu acidente”, disse um emocionado Mir, que se recuperou de uma batida devastadora de moto em 2004 que quebrou sua perna em dois lugares e o forçou a ficar fora de competição por quase dois anos, período em que perdeu seu título, “Voltar disso, eu sou a prova de que você pode fazer as coisas. Eu nem achava que pudesse vencer o Minotauro”.

Mas ele venceu, e além de conquistar o cinturão interino dos pesos-pesados, ele se tornou o primeiro lutador a nocautear Minotauro, o ex-campeão peso-pesado do PRIDE e futuro membro do Hall da Fama.
Mir se ocupou com seus chutes no início da luta, e jogou um forte uppercut, eventualmente levando o combate para o chão. Após alguns golpes, Mir até deixou a luta voltar em pé, confiante em sua trocação. De pé, Mir continuou a pontuar, eventualmente derrubando Minotauro com um direto de esquerda a dois minutos do final do assalto. Novamente, Mir trabalhou um pouco antes de se levantar novamente. Nos momentos finais do round, Mir estava solto e parecia que estava se divertindo derrubando Minotauro ao final do assalto.
Precisando voltar à luta, Minotauro veio agressivo no segundo, mas continuou sendo acertado por Mir. E com menos de dois minutos, veio a bomba com dois ganchos de esquerda que colocaram o brasileiro no chão novamente. Dessa vez, a chuva de golpes que se seguiu foi apenas uma formalidade, e o árbitro Herb Dean resgatou o brasileiro de sofrer mais castigo a 1m54s do segundo round.
Após um tumultuado ano de 2008 em que Rampage Jackson perdeu o cinturão dos meio-pesados, mudou de empresário e de equipe, e lidou com problemas fora do octógono, ele encerrou o ano nocauteando seu antigo rival Wanderlei Silva no primeiro round no UFC 92.

Foi a primeira vitória em três encontros do norte-americano com o brasileiro, que o havia vencido no PRIDE em 2003 e 2004.
Optando por lutar sem o tradicional toque de luvas, esses rivais assíduos foram para o ataque quase imediatamente, com Jackson perseguindo e Wanderlei buscando o contragolpe. Com um minuto de luta, a torcida começou a apoiar o brasileiro, e logo depois começaram os gritos para Rampage, enquanto os dois circulavam, tentando evitar erros que custassem a luta. Esse erro aconteceu a menos de dois minutos do fim, quando Wanderlei entrou aberto com um gancho de esquerda e tomou um em retorno, caindo no chão. O golpe seguinte de Rampage foi apenas para sacramentar, e o árbitro Yves Lavigne interviu na marca de 3m21s.
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