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Prévia: UFC 174

Análises dos destaques da noite de combates que acontece sábado, no Canadá

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Moscas em foco. O cinturão da categoria até 56kg estará em jogo neste sábado (14), em Vancouver, no UFC 174. O campeão Demetrious Johnson pega o desafiante russo Ali Bagautinov, em mais uma colisão de escolas de luta que se torna cada vez mais frequente.

Dois brasileiros também estarão em ação. Rafael 'Feijão' enfrenta Ryan Bader pelos meio-pesados, e Daniel Sarafian estreia nos meio-médios contra o japonês Kiichi Kunimoto. Análises dos principais destaques da noite a seguir.

Demetrious Johnson x Ali Bagautinov

O público do Tio Sam não é lá muito fã da categoria até 56kg, mas a divisão é a que melhor desenvolve um dos aspectos mais complexos do MMA: as transições de luta. 

É um tal de ‘soca/clincha/levanta/chuta/derruba/volta pra pancada’ frenético e (quase) o tempo todo. A velocidade, biotipo e técnica dos moscas já compõem estilo próprio, mesmo que ainda recente na organização. E o campeão Demetrious Johnson é o representante mais sólido de tudo isso. 

Ali Bagautinov é mais um exemplo disso. Ele vem de 11 vitorias consecutivas (três pelo UFC) e vai tentar desbancar Johnson com a mistura de sambo com wrestling no melhor estilo paredão, além do boxe pegado e do preparo físico monstruoso característico dos lutadores do país.   

Johnson destila velocidade e versatilidade em grandes proporções. Seus golpes impressionam pela quantidade de ângulos que desenha para acertar adversários no infight. O campeão também tem a marca de 40 quedas executadas, uma das maiores dos últimos anos no UFC.

Se Bagautinov quiser ter chances concretas de vitória terá de se esmerar em brecar a velocidade de Johnson, e isso significa clinches, clinches e jogo de abafa constantes. O grande problema será manter o campeão no solo para capitalizar ataques no ground and pound. De qualquer forma, Johnson tem toda pinta de que vai manter a cinta dos moscas durante um bom tempo. E isso deve ser mantido, a não ser que o ‘bichinho’ do imponderável não resolver aprontar em Vancouver. Será?

Rory MacDonald x Tyron Woodley

O canadense MacDonald é um estrategista nato e provavelmente o melhor dos meio-médios nesse sentido. Canhoto, tem jabs precisos e um senso de movimentação que o permite ditar o ritmo do combate conscientemente.

Woodley vem no sentido oposto. Tem aquela mistureba de wrestling e golpes pesados estilo ‘tudo ou nada’ bastante comum aos norte-americanos. Ex-lutador do Strikeforce, tem mostrado evolução desde que chegou ao Ultimate, mas ainda deixa a impressão de que ainda precisa de mais ‘polimento’.

A receita mais direta para os 15 minutos de combate aqui é explícita. MacDonald terá de manter a distância e não deixar Woodley desenvolver o jogo bruto. O canadense tem a capacidade de modificar táticas e pode aceitar o jogo de chão se necessário, confiando ainda na média acentuada de defesas de queda, onde alcança 88% de aproveitamento.  

Rafael ‘Feijão’ x Ryan Bader

Ex-campeão meio-pesado do Strikeforce, o brasileiro ainda procura o caminho das vitórias sólidas pelo UFC. Bader é mais um daqueles que começaram como promessas e caíram no limbo da irregularidade.

Feijão é um nocauteador nato. Garantiu 12 vitórias na carreira pela via rápida no primeiro ou segundo assaltos. Tem um padrão firme de striking que mixa potência e volume de golpes na mesma moeda.

Com isso em mente e contando com habilidades de wrestling mais confiáveis que as do adversário, Bader pode adotar tática mais conservadora, tomando iniciativas e respondendo os contragolpes de ‘Feijão’ com clinches e jogo pesado contra as grades do octógono. 

Como o brasileiro muitas vezes se submete a cortes severos de peso para alcançar os 93kg exigidos na divisão, sua performance técnica muitas vezes fica condicionada a quanto o corpo respondeu adequadamente na recuperação pós-pesagem. Bader entra para o desafio com ligeira vantagem de favoritismo, mas ‘Feijão’ tem artifícios de sobra para carimbar mais um triunfo ao cartel.

Brendan Schaub x Andrei Arlovski

Duelo entre os pesados da velha e nova escola. Representante da primeira, Schaub evoluiu visivelmente desde a derrota para Minotauro Nogueira no UFC Rio 1, em 2011. Com wrestling lapidado por Mark Munoz e jiu-jitsu calcado na excelência dos irmãos Rener e Ryron Gracie, o norte-americano parece ter encontrado uma mistura estilística confiável e sai em caça da terceira vitória seguida.

Aos 35 anos, Arlovski é um cara ‘old school’. Ex-campeão da categoria do Ultimate em 2005, retorna para a organização após seis anos. Queixo duro e lampejos de pancadaria insandecida se tornaram marcas registradas do bielorrusso. Resta saber como se comportará na nova empreitada.

Ambos já foram até parceiros de treino. Mas dentro do octógono a luta tem tudo para ser franca. Se Schaub for inteligente, vai misturar golpes e clinches para cansar o oponente de forma gradativa. Se não for, corre sério risco de ser pego em alguma bomba de direita vinda do nada.

Daniel Sarafian x Kiichi Kunimoto

Finalista original do TUF Brasil 1, o paulista baixou de peso e debutará na categoria até 77kg. A expectativa é saber como se comportará na nova fase, tanto física quanto tecnicamente. Sarafian é um striker explosivo, com boas defesas de queda e traz na manga artifícios confiáveis de jiu-jitsu para usar quando necessário. Ele perdeu duas lutas no UFC por decisões apertadas nos pontos.

Kunimoto é mestre na luta de solo. Finalizou quatro dos cinco últimos desafios e deve apostar em levar a contenda para o território onde se sente mais confortável. O nipônico vai bem tanto por cima quanto por baixo, com triângulos de mão perigosos em ambas as situações.
 
O trabalho pesado e detalhista nos clinches deve ser providencial aqui. Se não quiser ser surpeendido, o brasileiro deve ficar esperto para acertar o adversário o máximo possível na curta distância e tomar o controle defensivo para não ser levado ao solo com frequência durante os 15 minutos. Parece fácil? Pode ter certeza que não é.

MAIS!

Nocaute da noite?
'Feijão' x Bader é concorrente direto. Com mais boa vontade, Schaub x Arlovski.

Performance da noite?
Fique de olho em Rory MacDonald e Demetrious Johnson.

Personagem da noite?
Andrei Arlovski, ao melhor estilo 'ainda posso'.

E o que mais?
Ryan Jimmo x Ovince Saint Preux devem fazer choque estilístico interessante.