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Woodley mantém tradição de priorizar as crianças à frente do UFC 209

Campeão dos meio-médios defende cinturão na luta principal deste sábado (4)


Já se tornou um hábito para Tyron Woodley, um que ele espera que seus conhecidos sigam. Este ritual não tem nada a ver com treinos, obrigações com a mídia ou nada a ver com ser campeão dos meio-médios do UFC. É mais importante que isso.
Senhor Woodley precisa se encontrar com as crianças.
“Não me importo se estiver na parte mais dura dos meus treinos, mas nós vamos conversar e tentar impactar algumas crianças”, disse o lutador, que defende seu cinturão pela segunda vez contra Stephen Thompson neste sábado, na luta principal do UFC 209 em Las Vegas.
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Então lá estava ele na cidade de Milwaukee em 21 de fevereiro, tirando tempo de seu treinamento para contar sua história. Falar em escolas tem sido parte de sua agenda há algum tempo, desde que ele percebeu que tinha uma voz, uma plataforma e algo a dizer às crianças que precisavam ouvi-lo e perceber que suas origens não determinam seu destino.
“É isso que precisamos fazer”, disse Woodley, “Quem veio e falou comigo quando eu era criança? Ninguém. Que figura paterna estava lá para que eu admirasse e para me ensinar a ser homem? As ruas, minha mãe e os esportes. Foi com isso que eu aprendi. Então acho que é nosso dever. Não acho que seja opcional. Retribuir deveria ser nossa prioridade, parte da nossa rotina”.
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Esta é uma afirmação que não é feita de forma suficiente nos esportes profissionais, e, quando é feita, é geralmente seguida de um ensaio fotográfico e um comunicado de uma assessoria. Woodley não torna públicas estas visitas. Ele apenas as faz.
“Não sou perfeito”, diz, rindo, sobre seu trabalho com a comunidade, mas ele é um atleta que busca fazer a diferença; não apenas no mundo ao seu redor, mas no mundo que ele ocupa, principalmente no estado do Missouri, onde ele e sua esposa criam seus quatro filhos.
Apesar de ser um campeão mundial no topo das artes marciais mistas, além de um respeitado comentarista na televisão, com todo o reconhecimento que vem em ambas as profissões, Woodley sabe que o mundo pode ser duro, e que ele bate mais forte quando afeta seus filhos.
“Vivemos em uma vizinhança muito bacana, falamos apenas com dois ou três dos nossos vizinhos (risadas), então não é como se não vivessemos uma boa vida. E mesmo com a ótima escola e com as pessoas sabendo que os pais dos meus filhos são esportistas profissionais, outras crianças disseram ao meu filho de oito anos (Darron) no ônibus, ‘Te odeio’. Ele perguntou ‘Por quê?’, e eles disseram, ‘Pela cor da sua pele’”.

Woodley contou ainda como seu filho de 13 anos, Tyron Jr., foi tratado de forma parecida quando recrutado a uma liga de wrestling onde ninguém aquecia ou treinava com ele, e foi colocado para enfrentar um oponente sete quilos mais pesado.
“Para mim não é grande coisa, mas para um menino de 13 anos lutar wrestling com alguém bem mais experiente e com essa vantagem de peso, é uma grande coisa”, disse.
Mesmo Dylan, de seis anos, conheceu o lado horrível do mundo quando ouviu de um de seus colegas de classe: “Não vou brincar com você e não sou seu amigo”.
Então, quando Woodley fala sobre a situação no mundo, da mesma forma que ele falou em 2014 após o assassinato de Michael Brown em sua cidade natal, Ferguson, ele não está buscando as manchetes. Assim como retribuir à comunidade, ele acredita que é uma obrigação.
Mas é claro, em meio a tudo que está acontecendo, o atleta de 34 anos tem uma luta chegando, uma revanche contra o homem que empatou com ele no histórico UFC 205 em Nova York. Woodley acredita que venceu a primeira, então, a caminho do segundo combate, ele espera misturar um pouco mais tudo o que mostrou em novembro, com muito mais de tudo o que sua equipe esperava que ele fizesse.
“Consegui vencer aquela luta mesmo sem executar totalmente a estratégia, e adicionamos algumas coisas”, disse, “Estou mais confortável com o estilo (de Thompson) e estou muito motivado. Sou abençoado por estar tão motivado para uma luta que acredito ter vencido da primeira vez”.

Reparem que não houve menção ao veredito do empate, mesmo tendo sido o resultado oficial. É a mentalidade de um campeão, e mesmo que ele sinta que foi diminuído na primeira ocasião e na promoção da revanche, ele não vai deixar que ninguém o afaste dessa mentalidade vencedora. Quando a poeira baixar, ele diz que não vai declarar “Eu avisei” no octógono.
“Sou o melhor no mundo e este é apenas mais um dia de trabalho para mim”, disse, “Não preciso enlouquecer. Eu apenas vou lá e vou vencer”.
Caso vença, ele não vai apenas manter seu título, mas sua plataforma também. Apesar de que, se tratando de Tyron Woodley, não importa o que aconteça neste final de semana, parece que ele já conseguiu espalhar sua mensagem.
“Meu filho de oito anos esteve no jornal local falando sobre (o que houve com ele no ônibus), dizendo ‘O que ele disse me fez sentir mal. Ele disse algo totalmente negativo e não deveria ter dito. Ninguém deveria ser tratado de forma diferente por causa da cor de sua pele’”, relembra Woodley, “Isso é um garoto de oito anos falando. E o meu mais velho foi lá e venceu o cara que pesava sete quilos a mais e disse, ‘Não gostei de como me senti, mas eu não deixaria ele me vencer’. E ele decidiu não competir mais naquela liga. Então, as escolhas que eles estão fazendo me dizem, como pai, de que não é em vão. Eu faço essas coisas por um motivo”.
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