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Charles Oliveira e Frankie Edgar, em luta no UFC 162
Atletas

Minha Luta Inesquecível: Charles do Bronxs

Peso-leve relembra a luta mais marcante de sua carreira

Eu sou um cara que não gosta de ficar em cima do muro.

Acho que todas as minhas lutas têm uma história, algo diferente. Mas uma luta que ficou muito marcada para mim foi a minha contra o Frankie Edgar no UFC 162, em 2013.

Fiquei muito feliz de ter a oportunidade de lutar contra o Frankie, pelo fato de ele ter sido campeão e essas coisas. Sou um cara que, quando luto com um grande nome, eu não fico com medo. Eu fico feliz porque é uma boa oportunidade. Isso aí vem desde a época do jiu-jítsu, quando eu lutava com os caras que tinham grandes nomes. Eu pensava: “porra, se eu vencer esse cara eu vou vencer um ex-campeão”.

Lembro que foi a primeira vez que fiz um camp fechado. Eu treinei em Ubatuba (litoral norte de SP), fiquei longe da família. Foi um grande aprendizado.

LAS VEGAS, NV - JULY 05:  (L-R) Opponents Frankie Edgar and Charles Oliveira face off during the UFC 162 weigh-in at the Mandalay Bay Events Center on July 5, 2013 in Las Vegas, Nevada.  (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)

LAS VEGAS, NV - JULY 05: (L-R) Opponents Frankie Edgar and Charles Oliveira face off during the UFC 162 weigh-in at the Mandalay Bay Events Center on July 5, 2013 in Las Vegas, Nevada. (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)


O evento era enorme. O calor dos fãs, o público, a pesagem, essas coisas foram diferentes. Tipo, eu ia lutar contra um ex-campeão. Tinha muita gente torcendo para ele, ele era um cara muito mais conhecido que eu. Mas eu estava feliz de estar ali.

Lembro que na pesagem eu falei para o Jorge “Macaco”, meu treinador: “vai ser uma guerra”. O Macaco perguntou por que, e eu falei: “mano, a mesma vontade que eu tô ele também tá”. No dia da luta, eu já estava dentro do Octógono quando ele entrou. Quando olhei para ele lá, eu sabia a chance que tinha de vencer. E se eu vencesse, sabia o quanto de pulo que ia dar.

Na luta, peguei ele em uma guilhotina muito justa, e acabou o tempo. Falei: "nossa, mano. Caraco. Poderia ter vencido a luta ali”. Lembro do Macaco brigando muito comigo, tipo assim: “não foge da estratégia. Tá muito lá e cá, a luta tá boa e a gente tá vencendo também, não vacila”, e aí acabei me empolgando com o jogo.

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LAS VEGAS, NV - JULY 06:  (R-L) Charles Oliveira punches Frankie Edgar in their featherweight fight during the UFC 162 event inside the MGM Grand Garden Arena on July 6, 2013 in Las Vegas, Nevada.  (Photo by Donald Miralle/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Im

LAS VEGAS, NV - JULY 06: (R-L) Charles Oliveira punches Frankie Edgar in their featherweight fight during the UFC 162 event inside the MGM Grand Garden Arena on July 6, 2013 in Las Vegas, Nevada. (Photo by Donald Miralle/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images) *** Local Caption *** Frankie Edgar; Charles Oliveira


Muita gente acha que eu ganhei. Eu acho que perdi. No finalzinho ali acabei errando e tomando um knockdown. O Frankie foi mais malandro que eu. Ele tinha muito mais tempo ali dentro e muito mais malandragem, e me venceu.

Mas foi uma grande luta e um grande aprendizado.

Eu lembro que chorei muito na época. O Ricardo “Cachorrão” estava de córner dele e falou para mim: “pô, levanta a cabeça. Foi uma grande guerra”. Eu só pensava em voltar para casa e voltar a treinar, que logo eu ia lutar de novo.

Eu nunca gostei de perder, então sempre quis voltar e dar a volta por cima.

Independente do resultado, você sempre tem que voltar para casa e dar a volta por cima. Sempre tem algo a mais. Se venceu, você tem que melhorar. Se perdeu, tem que melhorar 10 vezes mais. Eu venho evoluindo cada dia mais. Eu venho aprendendo, venho agregando coisas novas ao meu jogo, e estou muito feliz com tudo o que vem acontecendo na minha vida.

Reveja a luta na íntegra: