MELBOURNE, Austrália
Holly Holm não está apenas curtindo seu momento - ela encontrou conforto nos dias que antecedem a luta mais importante de sua vida.
Incapaz de conter sua excitação nos treinos abertos do UFC 193, uma eufórica Holm, ostentando um largo sorriso, fez piadas com companheiros de equipe, mostrou seus movimentos de dança, e ainda trouxe uma fã ao palco para ajudá-la a se aquecer antes do maior duelo de sua carreira contra a superestrela Ronda Rousey.
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No dia seguinte, a desafiante peso-galo caminhou até o seu banquinho no Ultimate Media Day para responder mais perguntas sobre como planeja fazer o impossível: vencer a imbatível Rousey.
Do outro lado da sala Victory, dentro do gigante Etihad Stadium, cerca de duas dúzias de câmeras repousavam sobre tripés à espera da campeã, que ainda estava para chegar. A "Revolução Rousey" tomou Melbourne, mas Holm, sem se incomodar com o zumbido dos repórteres atrás dela, parou por um momento antes de se sentar e aplicou um pouco de brilho labial.
Holm tem um trabalho a fazer no sábado à noite, e ela pretende completar a missão. Ela não está preocupada com o potencial recorde de público que estará lá para ver a luta. Ela só vê uma vitória - não importa a maneira que vier.
"Eu visualizo a vitória, mas me vejo passando por uma situação difícil para chegar lá", disse. "Eu refleti sobre o momento (da caminhada ao octógono), e pensei, 'Acho que nem vou olhar ao redor.' Acho que vou me concentrar no octógono, porque é onde o trabalho precisa ser feito."
Assim que a porta do octógono fechar, a norte-americana estará encarregada da tarefa nada invejável que é descobrir como impedir Rousey de impor seu jogo. Isso é o que a campeã faz consistentemente - ela encontra uma maneira de acabar com a luta.
Doze atletas enfrentaram Rousey e todos as 12 foram derrotadas, a maioria no primeiro round. Holm afirma que a maioria das mulheres não sabe se realmente pode bater Rousey, e sem confiança, o esforço é inútil.
"Eu sinto que estou mais bem preparada (do que as adversárias anteriores) porque ela tem mostrado que ninguém se preparou o suficiente. Ela atropelou todas. Então eu tenho que confiar que terei um desempenho melhor que o delas", disse.
"Quero alguém para me desafiar no que faço. E é também por isso que estou aqui, eu quero desafiá-la no que ela acha que é o seu jogo. Não vou ser ignorante ou teimosa e tentar provar algo, mas estou pronta para qualquer parte da luta."
Holm teve uma vida inteira no mundo das lutas para se preparar para esta batalha, apesar de só competir no MMA há cinco anos.
As 12 vitórias de Rousey são impressionantes por conta da maneira como ela dominou as oponentes, mas o cartel invicto com nove triunfos e as notáveis credenciais de boxe da desafiante facilmente fazem dela uma das mais graves ameaças ao reinado da campeã.
"Já vi vários estilos diferentes de luta, tive que me adaptar a um monte de coisas diferentes, e é isso que vai me ajudar. Essa é uma luta de MMA, e não uma luta de boxe, então não estou contando apenas com meus antecedentes no boxe. Mas eu vou usar todas as lições que aprendi para essa luta."
A evolução de Rousey na luta em pé tem impressionado Holm, e "A Filha do Pastor" não vai subestimar as habilidades da campeã na trocação. Mas não importa qual é a estratégia em ambos os lados do octógono, o tema da luta volta retorna à confiança.
Holm disse que sua ética de trabalho lhe dá confiança de que ela pode bater Rousey.
"O trabalho duro me dá confiança", disse Holm. "Não me interpretem mal, de vez em quando sento sozinha e penso 'Tudo bem, é a semana da luta. Você precisa ter cuidado com isso e você precisa ter cuidado com aquilo.' Eu realmente paro para pensar sobre a luta e as posições em que posso ficar, boas e más."
"O estresse é muito alto, mas eu tento abraçar tudo isso. O estresse está lá, mas estou confortável com ele. Um homem mais velho uma vez me disse: 'Se você tem borboletas na barriga, pelo menos elas estarão em formação no momento em que a luta chegar.'"
Quando a luta chegar, Holm já visualizou a vitória. Ela não sabe como virá, mas está confiante de que fez tudo o que podia para se preparar.
"Eu me vejo entrando em uma situação muito ruim e saindo dela", disse Holm. "Serão 25 minutos ali dentro para não quebrar mentalmente."
