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Não é nada oficial, mas a equipe do UFC.com escolheu as dez melhores lutas de 2020 para mais uma retrospectiva de fim de ano. Confira:
Retrospectiva 2020: As melhores finalizações de brasileiros | Os melhores nocautes de brasileiros | Os momentos mais inusitados | As lutas do ano, por Vitor Miranda | Os destaques brasileiros | Os dez melhores lutadores | Os novos campeões | Os dez melhores nocautes | As dez melhores finalizações | Deiveson e Amanda são os brasileiros do ano | Os dez melhores estreantes | Em números
10 – Vicente Luque x Niko Price 2
Era esperado que algo especial acontecesse na revanche entre os meios-médios Vicente Luque e Niko Price - e foi exatamente isso que aconteceu. Os dois protagonizaram uma verdadeira guerra durante quase três rounds, até que um corte em Price interrompeu a luta e Luque foi declarado vencedor por nocaute técnico.
Price e Luque não perderam tempo e partiram para cima um do outro logo cedo, com Luque melhor no começo acertando diversos golpes. Price melhorou com o passar da luta, mas Luque ainda assim dominava.
O duelo esquentou no segundo round, com ambos se acertando e trocando golpes de forma aberta. Luque chegou a conseguir um knockdown, mas Price se levantou e voltou a atacar. Luque, no entanto, respondeu bem à pressão e ambos finalizaram o segundo round em alta.
Price voltou a atacar no terceiro, acertando golpes no corpo e na cabeça. Luque pareceu mais lento, mas assim que ele se aqueceu, acertou um gancho em Price - que foi ao solo. Luque foi para o ground and pound, mas o norte-americano voltou a ficar em pé. O problema é que ele sofreu um corte profundo embaixo de seu olho direito, que foi visto pelo médico e obrigou o árbitro Jason Herzog a interromper a luta aos 3m37s do terceiro round.
9 – Jon Jones x Dominick Reyes
O triunfo que colocou Jones como o recordista em vitórias em lutas valendo o cinturão foi também a sua mais difícil. a 14ª vez que Jones saiu vencedor nesse quesito o levou ao limite e ele teve que trabalhar duro para segurar o ímpeto de Dominick Reyes e manter o cinturão meio-pesado no UFC 247.
"Dominick fez um trabalho excelente", disse Jones, que aumentou sua sequência de vitórias para 18. "Foi uma grande luta. Acho que o diferencial foram as quedas".
Os juízes marcaram 48-47, 48-47 e 49-46 para Jones, que agora tem o cartel de 26-1-1NC. Reyes perdia a invencibilidade de caía para 12-1.
"Eu achei que venci os três primeiros", disse Reyes. "Ele me pressionou no quarto e no quinto. Eu vou voltar melhor e isso só prova que eu soui uma realidade."
Jones não discorda, já que ele mesmo sabe que foi obrigado a dar o seu melhor por conta do desafiante.
Reyes estava ligado no começo da luta e veio acertando golpes de esquerda. Jones respondeu com chutes na perna e Reyes respondeu com a mesma arma. A três minutos do fim, Reyes conseguiu um knockdown e, quando o campeão se levantou, o desafiante o perseguiu agressivamente por um período antes que os dois se acomodassem em um ritmo menos frenético. Reyes não estava recuando, no entanto, mesmo enquanto Jones se recuperava na reta final.
Mantendo a pressão desde o início do segundo assalto, Reyes logo teve Jones em sua mira enquanto disparava socos e chutes. Jones não foi atingido por nenhum golpe que alterasse a luta, mas Reyes estava marcando pontos e ganhando confiança. Conforme a rodada avançava, Jones se acomodou e começou a acertar, golpeando bem enquanto marchava para frente. Nos 30 segundos finais, Reyes acertou um uppercut de esquerda que chamou a atenção de Jones pouco antes do final.
Jones e Reyes se revezaram colocando pressão um sobre o outro no terceiro, misturando bem seus ataques enquanto avançavam em um ritmo rápido. Com pouco mais de dois minutos restantes, Jones tentou sua primeira queda da luta, mas foi frustrado por Reyes, que acrescentou uma cotovelada para intimidar o campeão.
Reyes surpreendeu Jones no início do quarto round, provocando uma queda do campeão e, embora Reyes se levantasse rapidamente, Jones foi capaz de mantê-lo preso até que o desafiante se soltasse no segundo minuto. Jones voltou para a queda, e enquanto o cansado Reyes se defendia bem, “Bones” continuou pressionando, acertando chutes sólidos.
No minuto inicial do quinto round, Jones fez uma importante queda, mas Reyes se levantou e se soltou. Uma troca de curta distância se seguiu, ambos os lutadores cientes da importância de vencer o assalto. Jones, aparentemente menos cansado, acertou mais socos e chutes, não ferindo Reyes, mas marcando mais do que o adversário, e isso provou ser a diferença na luta.
“Eu sabia que era uma luta muito acirrada”, disse Jones. “Aquele quinto assalto me rendeu a vitória".
8 – Frankie Edgar x Pedro Munhoz
O legado de Frankie Edgar ficou ainda maior quando o ex-campeão dos leves e desafiante ao título dos penas conquistou uma importante vitória em sua estreia no peso-galo ao vencer o sempre empolgante Pedro Munhoz.
As pontuações foram 48-47, 47-48 e 49-46 para Edgar, de 38 anos, agora com 23-8-1. Munhoz caía para 18-5-1 NC.
No início, Munhoz foi atrás das pernas de Edgar com seus chutes, mas cada chute era respondido com combinações rápidas de golpes do norte-americano, que subsequentemente acertou diversos diretos em contra-ataques afiados. Munhoz continuou pressionando, dando jabs certeiros até o fim de um primeiro round insano.
Edgar manteve a pressão no segundo assalto, cortando Munhoz sobre o olho esquerdo enquanto ameaçava quedas. Munhoz continuava a ir para frente de forma consistente, mas ele estava levando diversos chutes enquanto isso ocorria. A três minutos do fim, Edgar marcou sua primeira queda e, embora Munhoz tenha se levantado rapidamente, Edgar ainda estava mais eficiente.
Um corte ao redor do olho de Edgar no terceiro round deixou claro que Munhoz estava pressionando com suas mãos pesadas, mas a movimentação do ex-campeão dos leves continuou sendo o diferencial. Os chutes nas pernas de Munhoz estavam entrando e isso travou um pouco a movimentação do norte-americano.
Edgar conseguiu uma queda rápida no início do quarto assalto, com Munhoz lutando para se levantar. As combinações continuaram vindo do ex-campeão dos leves, mas o ataque variado de Munhoz estava deixando a Edgar inseguro em diversos momentos.
Mostrando um senso de urgência no último round, Edgar fez seu melhor trabalho na luta ao acertar seu adversário à distância e em meio a trocas acaloradas. Munhoz era uma força inabalável e deu o seu melhor até o final da luta, encerrando assim 25 minutos insanos de duelo.
7 – Rose Namajunas x Jéssica Andrade 2
As ex-campeãs peso-palha Rose Namajunas e Jéssica Andrade se encontraram pela segunda vez, com Namajunas empatando o placar com a mulher que conquistou seu título em maio de 2019, ao vencer por decisão dividida em três rounds.
As pontuações foram 29-28, 28-29 e 29-28 para Namajunas.
Jéssica estava com uma movimentação melhor na revanche, desviando de muitos golpes enquanto acertava suas bombas. Mesmo assim, a movimentada e variada trocação de Namajunas foi o suficiente para fanhar o round da brasileira.
O segundo round também pareceu seguir o caminho de Namajunas, já a norte-americana manteve Jéssica à distância com sua maior envergadura. Porém, quando “Bate Estaca” conseguiu chegar ao alcance, ela fez Namajunas pagar o preço, deixando claro que ela ainda estava em posição assumir o controle do combate.
Jéssica sangrou o nariz de Namajunas no início do último round, o que fez com que "Thug Rose" se fosse para frente na tentativa de igualar o placar. Isso fez com que ela entrasse no jogo da brasileira, que derrubou Namajunas depois de um golpe de direita que pegou em cheio. Namajunas procurou uma finalização pelas costas, mas quando não deu certo, ela chutou para se levantar, coroando uma emocionante batalha.
6 – Justin Gaethje x Tony Ferguson
Justin Gaethje disse que provavelmente tinha apenas 18 ou 19 minutos de "puro inferno" para dar Tony Ferguson na luta principal o UFC 249. Ele mentiu ao dar 23m39s a “El Cucuy”, vencendo Ferguson no quinto assalto para ganhar o título interino dos leves do UFC.
Gaethje, 31, substituiu o campeão dos leves Khabib Nurmagomedov em uma luta originalmente marcada para 18 de abril. Depois de interromper a sequência de 12 vitórias de Ferguson, ele teve sua chance contra o russo.
Mas, primeiro, Gaethje teve que perturbar Ferguson - e ele fez exatamente isso.
Os movimentos e chutes de Ferguson impediram Gaethje de fazer uma leitura sobre ele no início, mas Gaethje acertou alguns bons golpes duros de perto. Ferguson absorveu bem e continuou lançando uma variedade de golpes, de diversos ângulos, enquanto Gaethje manteve um ataque mais convencional que funcionava enquanto acertava seu oponente na cabeça. Nos 30 segundos finais, Gaethje acertou duas esquerdas, deixando Ferguson atordoado.
Ambos se acertaram no começo do segundo round e Gaethje seguiu com o que estava se tornando seu triunfo: um gancho de esquerda abrangente. Gaethje fez questão de dar alguns chutes nas pernas também para manter Ferguson em dúvida sobre de onde viriam os golpes. Sua confiança estava crescendo a cada segundo e Ferguson mostrava o poder assustador de seu queixo. No entanto, foi "El Cucuy" quem deu a última palavra, ao derrubar Gaethje com um uppercut de direita.
Gaethje manteve a disputa no terceiro round abriu cortes embaixo dos olhos direitos e esquerdos de Ferguson - que começaram a inchar. Com pouco menos de três minutos restantes, Ferguson foi balançado por uma mão direita e, segundos depois, ele engoliu outra, já que Gaethje não foi afetado pelo knockdown anterior.
Gaethje manteve o controle no quarto assalto e, no meio do caminho, Ferguson cambaleou depois de ser pego por outra direita forte. Um chute baixo de Ferguson interrompeu brevemente a ação a um minuto do fim, mas Gaethje voltou à luta, e seus chutes e socos continuaram vindo.
A cinco minutos do fim, Gaethje poderia ter administrado a liderança, mas esse não é o seu estilo e ele manteve os chutes. O coração e o queixo de Ferguson ainda estavam intactos, mas ele simplesmente não conseguia atacar um oponente que fazia uma luta perfeita. E depois que Ferguson cambaleou novamente, o árbitro Herb Dean viu o suficiente, parando a luta aos 3m39s do round final.
5 – Dan Hooker x Paul Felder
Os pesos-leves Dan Hooker e Paul Felder fizeram uma guerra memorável de cinco rounds na luta principal do UFC Auckland, que terminou com Hooker vencendo por decisão dividida e o impulsionando à elite da categoria.
Quanto ao rival de Hooker a aposentadoria, ainda que provisória, foi o destino.
“Isso pode ser tudo para mim”, disse um Felder emocionado, que citou estar longe de sua filha de quatro anos foi o que pesou em sua decisão. Apesar da triste notícia, os torcedores comemoraram uma luta inesquecível entre dois dos melhores atletas da divisão.
As pontuações foram 48-47, 47-48 e 48-47 para Hooker.
Depois de recusar a oferta de Felder de tocar nas luvas, o próprio Hooker foi direto ao ponto com uma série de chutes na panturrilha, enquanto usava movimento e alcance para manter seu oponente à distância. A dois minutos do fim, Felder acertou um gancho de esquerda forte, colocando-o na grade, mas Hooker pegou bem e continuou usando o movimento lateral a seu favor. Hooker prendeu Felder contra a cerca brevemente, e então ele voltou a se firmar até o fim dos primeiros cinco minutos.
Felder estava machucado em seu olho direito após o round inicial, o que o levou a ir com tudo para cima de Hooker, que manteve seu plano de luta no segundo assalto. Felder se saiu bem nas trocas e omeçou a trabalhar seu jogo de chute nos momentos finais do round, enquanto Hooker aumentou o volume de golpes, levando a algumas trocas mais acaloradas.
O duelo esquentou ainda mais no terceiro round, com Felder começando a acertar mais golpes na cabeça e nas pernas, enquanto Hooker mostrava um rosto marcado pelos golpes, mas ainda perigoso.
Felder acertou várias bombas em Hooker no quarto round, deixando-o atordoado. Hooker respondeu com uma tentativa de queda, que não deu certo e ambos foram para a grade. Os dois se separaram e voltaram ao clinch, com Hooker no controle. Felder passou a acertar bons golpes de direita, mas Hooker parecia não sentir. O neo-zelandês voltou para seu jogo de clinch no minuto final, levando a luta para o quinto round.
Começando forte, Felder continuou a acertar Hooker no quinto, mas “The Hangman” voltou ao ataque. Cada golpe era crucial e esse poderia ser o round decisivo.Uma queda de Hooker a um minuto do fim fez com que a torcida explodisse e vibrasse com seu lutador, enquanto os dois lutavam para dominar as posições. Quando os dois rivais se abraçaram, só poderia ter um ganhador depois de 25 minutos de batalha: o público.
4 – Josh Emmett x Shane Burgos
O duelo peso-pena entre Josh Emmett e Shane Burgos tinha tudo pra ser explosivo - e assim foi no dia 4 de julho no UFC Apex, com Emmett conseguindo dois knockdowns no terceiro assalto para vencer uma luta acirrada por decisão unânime.
As pontuações foram 29-28, 29-28 e 29-27 para Emmett.
Emmett estava ameaçando sua bomba a mão direita logo no no início, mas era seu gancho de esquerda que acertava Burgos. O rival aguentou bem os golpes à medida que avançava, mas estava levando muitos deles, o que só deixou Emmett mais confiante. Burgos manteve a estratégia e acertou alguns chutes na panturrilha, sendo que ambos estavam trocando bombas no final do round.
Depois de machucar o joelho esquerdo no primeiro assalto, Emmett partiu com tudo no segundo e acertou uma ótima sequência em Burgos, que absorveu bem. O lutador aumentou então o volume aproveitando que Emmett estava machucado, enquanto mantinha disciplina em uma luta intensa.
No minuto inicial do último round, Emmett derrubou Burgos com uma mão esquerda na curta distância. Depois que os dois se levantaram, um chute baixo não-intencional de Burgos interrompeu momentaneamente a luta. Quando a ação recomeçou, os ataques de Emmett e Burgos não diminuíram. No meio do caminho, outra mão esquerda derrubou Burgos pela segunda vez, e Emmett deu alguns golpes no solo antes de Burgos se levantar. Procurando reverter a situação, Burgos foi atrás de Emmett, mas nada pode fazer até o fim do duelo.
3 – Dustin Poirier x Dan Hooker
Todos esperavam que a luta principal do UFC Vegas 4 entre Dustin Poirier e Dan Hooker fosse um clássico. Os dois peso-leves deram tudo de si e entregaram unhas e dentes por 25 minutos, com Poirier emergindo vitorioso por decisão unânime em uma clara candidato à Luta do Ano.
As pontuações foram 48-47, 48-47 e 48-46 para Poirier.
Hooker assumiu a iniciativa cedo, enquanto trabalhava seus chutes nas pernas e corpo de Poirier. No meio da round, Poirier foi capaz de negar a vantagem de alcance de seu oponente, travando e levando Hooker até a grade. Hooker não ficou lá por muito tempo, mas assim que os dois se separaram, uma troca de golpes estourou, com os dois se acertando.
Os dois não perderam tempo no segundo assalto, com Hooker pontuando com chutes e Poirier respondendo com socos. Quando se aproximavam, ammbos trocavam bombas, com Poirier levando a melhor enquanto ensanguentava o nariz de Hooker. As trocas continuaram e Poirier agora cortou embaixo do olho direito do neozelandês. Mesmo assim, Hooker não recuava. Com menos de um minuto para o fim, Hooker atordoou Poirier brevemente e acertou vários golpes até o som da buzina.
Seria difícil superar o ritmo do assalto anterior, mas Hooker e Poirier deram o seu melhor. Uma tentativa de queda de Hooker quase fez com que Poirier encaixasse uma guilhotina. Hooker lutou para se libertar e os dois começaram a trocar os golpes no solo. Poirier também procurou por uma finalização mas costas, mas Hooker ele se levantou. Poirier ainda acertou dois golpes que abalaram o rival.
O jab canhoto de Poirier foi forte início do quarto round e Hooker foi para a queda. Poirier se levantou imediatamente, mas Hooker continuou comprometido a levar a luta para o solo e conseguiu mais duas vezes. Depois de ficar em pé novamente, foi Poirier que buscou a queda, e ele foi capaz de manter o neo-zelandês no chão enquanto disparava um fluxo constante de ataques. Com menos de dois minutos restantes, Poirier travou uma chave de braço, mas Hooker defendeu bem e finalmente conseguiu se livrar com pouco menos de um minuto restante. Quando os dois se levantaram, Poirier procurou uma guilhotina, mas, novamente, Hooker se soltou pouco antes do final.
Com a luta possivelmente sem resultado, havia muita coisa em jogo no quinto round, com ambos tentando escolher sabiamente seus golpes. Poirier parecia ser o mais descansado dos dois, e depois de acertar vários socos em sequência, Hooker sabiamente tentou uma queda. Poirier não ficou por baixo por muito tempo, mas enquanto se levantavam, Hooker continuava tentando levar a luta para o chão. Poirier estava determinado a ficar de pé, no entanto, e quando os dois fora, para os segundos finais, foi Poirier que deu as palavras finais com diversos golpes. Se houvesse multidão no UFC Apex, eles seriam aplaudidos de pé. Merecidamente.
2 – Deiveson Figueiredo x Brandon Moreno
Uma dedução de ponto custou ao campeão peso-mosca do UFC, Deiveson Figueiredo, uma vitória na luta principal do UFC 256 contra Brandon Moreno, mas em um verdadeiro épico de cinco rounds, ele manteve o título pela segunda vez por meio de um empate majoritário.
As pontuações foram 47-46 Figueiredo e 47-47 duas vezes.
Tanto o campeão quanto o desafiante lutaram três semanas após vencerem no card do UFC 255 em Las Vegas e, apesar do curto prazo, nenhum dos lutadores desistiu durante os 25 minutos.
Figueiredo (20-1-1) abriu com um chute giratório no corpo e seguiu com um soco, indo em seguida para uma tentativa de queda. Moreno (18-5-2) escapou e levou a luta para o chão, mas logo estava de volta ao jogo em pé, onde acertou alguns jabs duros. Sem se incomodar, Deiveson perseguia seu rival, acertando o corpo quando podia. Moreno não estava recuando, no entanto, ele se manteve acelerado durante todo o primeiro round.
A direita de Figueiredo começou a acertar o alvo na segunda rodada. O mexicano buscou com uma queda, mas perdeu o ímpeto quando levou um soco no olho, interrompendo momentaneamente a luta. Quando recomeçou, Moreno estava na guarda do campeão, mas Deiveson se levantou e os dois trocaram golpes de forma acirrada. Moreno continuou a ter sucesso em pé e, embora o campeão tenha balançado o rival com uma enxurrada de socos, Moreno respondeu com uma queda pouco antes do final do round.
Deiveson parecia colocar toda a sua força nos golpes quando o terceiro assalto começou e Moreno buscava cansá-lo. O brasileiro continuou indo para cima com a intenção de encerrar a luta. Na segunda metade do round, um chute baixo acertou Moreno em cheio e a luta foi interrompida novammente. O árbitro Jason Herzog descontou um ponto do campeão. A batalha continuou, com Figueiredo conseguindo uma queda. Os combatentes não ficaram lá por muito tempo e, nos segundos finais, Moreno acertou um chute forte.
A guerra continuou no quarto assalto, mas Moreno parecia levar a melhor nas trocas e, no segundo minuto,conseguiu a queda. A três minutos do fim, o brasileiro voltou a se levantar e continuou a pressionar Moreno. O mexicano parecia balançar o brasileiro, mas ele se recuperou rapidamente e retomou a iniciativa. Faltando 1:15 para o final, Moreno acertou bons golpes e conseguiu uma queda. Figueiredo acertou uma cotovelada de costas, mas foi Moreno quem se deu melhor no final.
Deiveson acertou três chutes consecutivos no início do round final e, pela primeira vez na luta, o ritmo de Moreno caiu, pois seu ombro esquerdo parecia estar lesionado. O coração de ambos os lutadores era inquestionável e as trocas eram intensas. Deiveson conseguiu uma queda no final. Quando a luta acabou, ambos mostraram respeito. O tipo de respeito conquistado apenas por uma luta de 25 minutos.
“Precisamos dessa revanche”, disse o gentil Moreno, que almejava se tornar o primeiro campeão mexicano da história do UFC.
1 – Zhang Weili x Joanna Jedrzejczyk
Zhang Weili e Joanna Jedrzejczyk entregaram a maior luta da história do MMA feminino. O resultado do segundo duelo mais importante do UFC 248 foi quase secundário devido à natureza épica do luta, mas Zhang reteve seu título peso-palha pela primeira vez por decisão dividida, em uma luta de cinco rounds que aumentou o interesse nas mulheres e no esporte.
As pontuações foram 48-47, 47-48 e 48-47 para Zhang.
As duas lutadoras estavam se movimentando bem no começo. Joanna acertou boas combinações à queima-roupa e Zhang começou a encontrar seu ritmo no meio do round. A cada golpe, a chinesa mostrava toda a sua força, fazendo com que a polonesa mantivesse cautela.
O volume de golpes continuou grande no segundo assalto. Joanna variava os locais em que desferia suas combinações e ambas foram para a grade se revezando no controle, com Zhang acertando os cotovelos e Joanna respondendo com joelhadas. Zhang sacudiu a polonesa com a mão direita no fim do segundo round, mas os olhos da campeã estavam inchando rapidamente.
Zhang tomou a iniciativa no terceiro assalto e passou a acertar as melhores combinações. Joanna trocou para a base canhota e passou a ter mais sucesso no combate. Com dois minutos restantes, Zhang travou a rival e acertou golpes no clinch, levantando um inchaço na cabeça da desafiante. Joanna, no entanto, terminou forte o round, tornando tudo um pesadelo para os juízes marcarem.
A ação de alto nível continuou no quarto período, com nenhuma lutadora recuando e cada uma se revezando no domínio. Enquanto Zhang estava nos rounds de campeonato pela primeira vez, Joanna já estava acostumada a isso e era claramente a mais descansada entre ambas. A dois minutos do fim, Zhang acertou um chute forte na testa, mas a polonesa continuou avançando, acertando uma cotovelada antes que ambas fossem para a grade.
Ambas mostravam o desgaste da batalha em seus rostos, mas não haveria descanso quando o último assalto começasse, e as trocas de golpes foram tão ferozes no quinto quanto no primeiro. Um gancho de esquerda de Zhang balançou Joanna no segundo minuto, e a campeã avançou. Mas então foi a vez da desafiante acertar vários vários golpes fortes. Com um pouco mais de dois minutos restantes, Joanna travou a luta para descansar um pouco, mas ambas estavam determinadas a terminarem o duelo sem nenhuma gasolina no tanque. E elas fizeram isso até a buzina encerrar a Luta do Ano em 2020.
Revanche?
MENÇÕES HONROSAS: Vettori x Hermansson, Volkanovski x Holloway 2, Waterson x Hill, Palatnikov x Cosce, Giles x Krause, Moreno x Formiga, Kenney x Wood, Dariush x Klose, Overeem x Harris, Miocic x Cormier 3, Barcelos x Taha, Ortega x Jung.
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